As contas referentes à organização do Carnaval da Mealhada de 2020 foram apresentadas, pormenorizadamente, na noite da passada sexta-feira e serão votadas no próximo dia 6 de julho. O saldo positivo de 27 mil euros só é possível, e segundo a direção da Associação de Carnaval da Bairrada, pela realização de três desfiles, em que as condições meteorológicas foram fator determinante, e em que o preço de cada bilhete subiu um euro, passando dos habituais cinco para seis euros.

Com uma receita de perto de 146 mil euros e uma despesa de cerca de 121 mil euros, a direção da ACB «mostra satisfação pelos resultados obtidos» e agradece «à Câmara da Mealhada, a todos os patrocinadores, colaboradores e amigos que contribuíram para o sucesso do Carnaval de 2020».

Nas principais rubricas da receita estão os 100.790 euros de bilheteira (domingo 52.865; corso noturno de segunda-feira 25.710 euros; e na terça-feira 22.215 euros); e o subsídio de 29 mil euros da Câmara da Mealhada (cinco mil referentes a um corso de 2019 que não se realizou; e os 24 mil euros protocolados com a ACB para a realização do evento de 2020). Foram ainda angariados 5.600 euros pela ocupação de espaço por parte dos feirantes; 6.100 euros de patrocínios; 2.238 euros da bancada; dois mil euros de subsídio da Junta da União de Freguesias da Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes; e 146 euros da venda de mantas.

Ao nível da despesa, as rubricas com maior gasto foram as referentes aos reis do Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada – 12.300 euros; seguros, licenças e pareceres – 14.570 euros; animação e logística da Tenda – 13.679 euros; carros alegóricos – 13.161 euros; som dos três corsos – 19.278 euros; e com a Prossegur – 10.824 euros. A restante despesa minuciosamente discriminada nos documentos de apresentação de contas foram com comunicação e marketing; contentores wc; barracão; concurso de escolas de samba; grupos apeados; bancadas; bilhetes, convites, cartazes e lonas; book, flyers, placas e mantas; Bombeiros da Mealhada; Cruz Vermelha; e contabilidade.

Para a Associação de Carnaval da Bairrada, a contratação dos reis do Carnaval, a atriz portuguesa Luciana Abreu e o ator brasileiro Leonardo Vieira, foram fator chave para o número de entradas no corso e os responsáveis pelo aumento do valor de cada ingresso. «Temos noção de que as condições meteorológicas nos dias de Carnaval são o fator principal para que os resultados sejam positivos», lê-se ainda no relatório, que explica que «a Tenda Espetáculo, explorada por terceiros com a contrapartida do pagamento do aluguer da mesma» tem custos para a associação com grupos, som e segurança, mas «é uma mais valia para animação da cidade nos dias do evento».

Na sessão foram ainda aprovadas por maioria, com uma abstenção, a entrada de novos elementos. Assim, o conselho fiscal passa a ser presidido por António Jorge Franco, sendo Filipe Cruz o vice-presidente e o secretário Carlos Castela. Ricardo Santos entra para a assembleia-geral e Hugo Baptista passa para a vice-presidência da direção, entrando também para o órgão André Santos e Jéssica Rodrigues.

Recordamos os nossos leitores que, desde há dois anos, o financiamento às escolas de samba – Amigos da Tijuca, Batuque, Real Imperatriz e Sócios da Mangueira – é atribuído, diretamente pelo Município da Mealhada, resultante de um protocolo para o efeito. Janine de Oliveira, presidente da direção da ACB, elogiou o trabalho das mesmas, garantindo que «o Carnaval só existe pela força e trabalho que as escolas têm».

 

 

Mónica Sofia Lopes