A Câmara Municipal de Cantanhede tem vindo a intensificar as ações de deteção e eliminação da designada Vespa Velutina (Vespa Velutina Nigrithorax, mais conhecida por “vespa asiática”). Nesse âmbito, a autarquia tem diariamente no terreno uma brigada com dois elementos devidamente equipados para procederem à remoção dos ninhos daquela espécie logo que são identificadas situações dessa natureza. Para isso, basta contactar o Serviço Municipal de Proteção Civil, na Casa Municipal da Proteção Civil – Rua dos Bombeiros Voluntários – ou através do número de telefone 231 410 118 e/ou do correio eletrónico proteccao.civil@cm-cantanhede.pt.

As operações estão a ser realizadas de acordo com o preconizado no Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa Velutina em Portugal desenvolvido pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF, I.P.), com o contributo do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV, I.P.) e que tem vindo a ser operacionalizado com as Comunidades Intermunicipais (CIM), Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente da Guarda Nacional Republicana (SEPNA/GNR) e Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP).

Nos termos das orientações constantes no referido plano, a Câmara Municipal acionou os mecanismos necessários para o pôr em prática, designadamente através da constituição de uma brigada específica e da aquisição de equipamentos que facilitam a captura e eliminação dos ninhos, contando ainda para o efeito com o apoio dos Bombeiros Voluntários.

O objetivo é impedir a disseminação da Vespa Velutina e diminuir o seu impacto nas zonas onde já se encontra instalada. O problema tem maior visibilidade a partir da época da Primavera, quando as vespas constroem ninhos de grandes dimensões, preferencialmente em pontos altos e isolados. Os principais efeitos da sua presença manifestam-se na apicultura, sobretudo por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas, e na saúde pública, pois embora sejam mais agressivas que a espécie europeia, no caso de sentirem os ninhos ameaçadas reagem de modo bastante agressivo.

No concelho de Cantanhede, o primeiro caso foi detetado em setembro de 2015, na freguesia de Murtede, e, desde essa altura, alastrou um pouco a outras freguesias, tendo até hoje sido eliminados cento e vinte e dois ninhos.

Vulgarmente conhecida como vespa asiática, esta espécie não-indígena, predadora da abelha europeia (Apis mellifera) provém de regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia, do leste da China e da Indochina. É uma das maiores vespas do mundo, pois as rainhas podem atingir cerca de 3,5 centímetros, bastante mais que a vespa comum, que atinge no máximo 2,5, e que a abelha comum, que não tem mais de 1,5 cm de comprimento. Cada ninho pode ter até duas mil e duzentas vespas e cento e cinquenta “fundadoras”. Caso não sejam exterminadas podem contruir pelo menos seis ninhos no ano seguinte.

Pensa-se que a sua introdução na Europa tenha acontecido de forma involuntária em 2004, através de um transporte de madeira (bonsai) para Bordéus, em França. A sua disseminação foi muito rápida, pois em 2006 foram detetados duzentos e vinte e três ninhos, número que cresceu exponencialmente no seguinte com mais de mil e seiscentos ninhos identificados em mais de metade do território francês. Depois alastrou rapidamente ao resto da Europa, confirmando-se a sua presença em Espanha em 2010, tendo chegado no ano seguinte a Portugal e a outros países da Europa.

 

Fonte: Município de Cantanhede