A freguesia de Barcouço, no concelho da Mealhada, “assistiu” ao quarto dia de incêndios este domingo,dia 13 de agosto. Hoje, cerca das 17 horas, o «Bairrada Informação» esteve na zona da Quinta Branca, quando o incêndio chegou muito perto de habitações. Em cerca de uma hora, as chamas passaram para Adões, onde mais uma vez a coluna de fogo chegou perto das casas.

Bombeiros da Mealhada e Pampilhosa e oriundos de corporações de todo o país foram ajudados por dezenas de populares, que não mediram esforços utilizando tratores carregados de água e outros meios que pudessem abrandar o ritmo do fogo junto às habitações.

“A Câmara Municipal da Mealhada está a acompanhar em permanência a situação, no terreno, com elementos do executivo e cerca de trinta técnicos municipais, que estão a dar apoio, no teatro de operações, aos bombeiros e à Guarda Nacional Republicana”, lia-se na página oficial do Município na tarde deste domingo.

Às 21h 28m, e segundo o registo da Autoridade Nacional da Proteção Civil, o incêndio ainda está em curso. No terreno estão duzentos e cinquenta e sete operacionais com setenta viaturas.

Milhares de hectares ardidos

Já na tarde de sábado, foram consumidos, descontroladamente, milhares de hectares de terreno florestal na tarde e noite deste sábado. Na Rua do Cortiço Pequeno, as chamas ladearam as habitações e, na localidade de Grada, consumiram um barracão agrícola de alfaias e parte de um estufa / armazém com orquídeas.

Barcouço, Pisão, Cavaleiros, Ferraria, Grada, Adões, zona do Cortiço e Quinta Branca foram as localidades fustigadas pelos incêndios que têm lavrado na freguesia de Barcouço, concelho da Mealhada. Cerca das 22 horas de ontem, João Duarte, presidente da Junta de Freguesia de Barcouço, em declarações ao «Bairrada Informação», lamentou o que considera um “cenário negro”.

O autarca garantiu-nos que “só no primeiro dia foram ardidos dezanove mil hectares. Agora nem quero pensar em quanto este número aumentou”.

O incêndio de sábado teve início cerca das 16 horas e o «Bairrada Informação» acompanhou o crescimento das chamas que no espaço de uma hora ladearam as casas na Rua do Cortiço. Na altura, o presidente da Junta afirmava que “eram precisos mais meios terrestres” e que apenas um meio aéreo (como foi o caso na tarde de sábado) “é pouco para o cenário atual de Barcouço, mas todos sabemos que este não é o único incêndio no país e, portanto, há que manter a calma neste cenário catastrófico e fazer o essencial para salvar bens e pessoas, colaborando com os bombeiros”.

Para o autarca, “a topografia dos terrenos não permite que os meios que temos possam ajudar muito mais do que aquilo que fazem”. “A população também tem ajudado muito. Há um grupo de munícipes que se tem voluntariado nestes últimos dias e tem sido uma colaboração extrema e fucral aos bombeiros”, disse ainda.

O comando operacional situa-se no Pavilhão Municipal de Barcouço, onde a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal de Barcouço disponibilizam toda a logística e refeições, confeccionadas pelas colaboradoras do Centro de Dia do Jardim de Infância Dr.ª Odete Isabel e alunos da Escola Profissional Vasconcellos Lebre, dos intervenientes neste teatro de operações.

 

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