A poucos dias do Natal passado, Patrícia, Filipe e a recém nascida do casal ficaram sem teto, após um incêndio ter destruído a habitação onde viviam, em Sá, freguesia de Sangalhos, no concelho de Anadia. A onda solidária que aconteceu depois disso “deu” ânimo a esta família, que vê agora a casa ser reerguida com o apoio da Câmara Municipal, que deliberou uma verba de trinta e três mil euros para pagamento ao empreiteiro da obra.

O agregado familiar, após o incêndio, “originado por um curto circuito numa extensão elétrica”, ficou apenas com “a roupa que trazia vestida”. “Estávamos a jantar na casa da minha mãe, ali ao lado, e quando fomos para a nossa deparámo-nos com o incêndio a acontecer. Só tivemos tempo telefonar aos Bombeiros”, declarou, ao «Bairrada Informação», Patrícia Oliveira, de vinte e seis anos.

Mas muito pouco já havia a fazer. “Ficaram as paredes. Lá dentro de casa ardeu tudo”, disse ainda a jovem, que, na altura e em 24 horas, contou a ajuda da população, numa autêntica “onda solidária”. “Deram roupas, fraldas, leite para a bebé e bens alimentares. Também recebemos areia para a obra e temos prometidas janelas, portas e chão flutuante”, enumerou Patrícia.

Mas faltava a parte de colocar tudo isto no sítio certo. Uma ajuda, deliberada pela Câmara Municipal de Anadia, que custeará o trabalho do empreiteiro no valor de trinta e três mil euros, e que a presidente da autarquia, Teresa Cardoso, na reunião pública que se realizou em dezembro passado, garantiu ser “um apoio financeiro direto, como acontece sempre neste tipo de situações”.

Na altura, a edil disse também ter sido “realizada uma planta do interior da habitação, por parte do presidente da Junta de Freguesia”, uma vez que “as paredes e o telhado” teriam que ser feitos de novo. “Contactei a Cáritas que, numa fase seguinte, estará disponível para ajudar com eletrodomésticos e móveis”, acrescentou a autarca.

O início das obras aconteceu a 20 de janeiro e a habitação “já tem placa de cimento no teto e já tem telhado”. “Agora vai dar-se início às divisões”, disse-nos Patrícia Oliveira, que tem como previsão “cerca de de três meses” para poder regressar a casa.

Patrícia Oliveira, o marido, de trinta anos, e a bebé que completa cinco meses na próxima segunda-feira, vivem agora em casa da mãe da jovem. “Os primeiros dias foram muito complicados… mas já passou”, confessou-nos Patrícia, que está desempregada e tem acompanhado “mais de perto” o desenvolvimento das obras.

“Se não tivesse havido a envolvência de tantas pessoas tinha sido bem pior. Este é o ponto positivo de toda a história”, concluiu.

 

Fotografia de Carolina Silveira | CAPhoto Formação