…Vá-se lá saber porquê!

Mais vale tarde que nunca!

Voltaremos a ter o Carnaval… na Mealhada e, não confinado a um Measambódromo.

O povo agradece!

E, mesmo que chova sempre haverá mais espaço para os chapéus-de-chuva, para entrar num sítio e tomar um copo, dar um ponto num biquíni rasgado, ir à casinha, tudo!

No meio do povo pode-se fazer tudo até divertirmo-nos, porque a chuva só por si não há-se chegar para o pessoal das escolas de samba desanimar nem para quem estiver a ver ou a desolhar!

De facto, para quem nunca entendeu a excessiva tendência para a parte “brasileira” em detrimento da parte “luso”, deste primeiro carnaval luso-brasileiro do País, é uma boa notícia!

Voltar a passear nas ruas da cidade, no “cumbibio” com a malta!

O João haverá de gostar de ver lá de cima!

De facto é bom que voltemos a ter serpentinas coloridas, foliões bem-dispostos, malta a rir-se, a apreciar e a ser apreciada, com tudo o que uma festa popular trás de bom às ruas de uma cidade.

E até já há quem ande às assopradelas no baú das fotos e a mostrar os velhos tempos (bem-haja!). E não será só por nostalgia, é porque a coisa era gira, a malta bebia uns copos e o Salazar estaria longe de imaginar que ao suspender as festas da Vila, nos tempos da outra senhora, haveria de contribuir para tal, embora que para que assim fosse, tivesse contribuído o engenho e a arte dos fundadores da Associação do Carnaval da Bairrada.

“Ganda malucos”, estes moços que nos anos 70 criam uma festa para saldar as despesas que ficaram das festas interrompidas e fizeram um cortejo de brincadeira com convidados brasileiros estudantes da faculdade de Coimbra e arrancam com um entrudo trapalhão, com umas carroças e umas acácias, tal qual disse um dia do ano passado o provedor João Peres. (Hoje as acácias servem para fazer ambientadores e velas na loja da mata! mas não corram porque ainda há poucas!)

Contam os registos que “até chegaram a pensar no Fitipaldi, porque uma figura Nacional era muito cara”. Fantástico!

Por nos fazermos de caros, tivemos de ir buscar um Brasileiro!

Podia ser pior, assim sempre são da família.

E vai um dia, veio o Tony Ramos (sim, esse que foi o propulsor das moderna depilação a Laser!) e provocou em 1979, uma enchente tal, que ainda me lembro de andar em bicos de pés perto do BNU e GGD a ler os cartazes nas mãos de raparigas jeitosas e outras, a gritar “quero um filho teu”. O Moço nunca teria tido tamanha ovação de certezinha! Malta rija aquela!

E depois veio a crise e ficámos sem rei humano!

Mas pronto, agora voltamos a ter um rei Brasileiro e uma Rainha Portuguesa e gira!

E assim tirámos a coroa ao leitão, que por falar nisso deveria ter coroa e festa própria em vez do “marketing” que vai tendo, de “pau” enfiado, que já não está com nada, agora que a Mealhada e o “melhor destino gastronómico”!

Por mim pensávamos era em juntar um dia destes, este carnaval do povo e de quem o governa, com uma valente jornada de “comes e bebes” com sandes de leitão para todos e um bom vinho para aquecer, branco ou tinto, com ou sem bolhas!

Isso é que era uma maravilha, com as outras quatro juntas! E eramos diferentes: Saboreava-mos as nossas iguarias ao som do samba, regadinho que uns copitos do néctar da terra!

É que era já!

 

Adérito Duarte