Do Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada diretamente para o Samba com Vida, em Estarreja, as escolas da Mealhada têm diversas nomeações nos Globos do Samba de 2025, «uma iniciativa do G.R.E.S. Trepa de Estarreja, que tem como principal objetivo premiar o trabalho das escolas de samba e dos sambistas de Portugal que mais se destacaram ao longo de cada ano (neste caso 2024), aproveitando assim o crescimento desta cultura no país e de toda a sua envolvência». As votações decorreram até ontem e os resultados serão divulgados numa Gala agendada para 9 de maio.

Na categoria de Individuais estão nomeados para melhor mestre-sala: Tiago Pontes (Amigos da Tijuca), Renato Sabão (Sócios da Mangueira) e Alcides Ferreira (Batuque); melhor porta-bandeira: Daniela Dinis (Amigos da Tijuca) e Ana Teresa (Batuque); carnavalesco: Tomás Almeida (Amigos da Tijuca); passista masculino: Jorge Pires (Batuque); e rainha da bateria: Inês Miranda (Amigos da Tijuca).

Na categoria de coletivos estão nomeados: para melhor samba enredo, Sócios da Mangueira; redes sociais, Sócios da Mangueira e Amigos da Tijuca; ala de passistas, Sócios da Mangueira e Amigos da Tijuca; melhor escola em palco, Amigos da Tijuca; harmonia, Sócios da Mangueira; enredo, Batuque e Amigos da Tijuca; comissão de frente, Batuque e Amigos da Tijuca; e bateria, Sócios da Mangueira.

 

Sem concurso na Mealhada, escolas de samba prometem «a mesma qualidade»

Este ano não haverá o habitual concurso de escolas de samba no Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada – designado de Troféu Joham d’Oliveira há já alguns anos -, depois de uma decisão conjunta das quatro escolas de samba e da ACB, onde só os Sócios da Mangueira votaram contra a proposta.

«Respeitamos a decisão porque vivemos em democracia, mas para nós não faz sentido não haver concurso. De certa forma, até é para nós um pouco frustrante depois de um trabalho rigoroso que estamos a fazer desde março de 2024», lamenta Pedro Castela, presidente da direção dos Sócios da Mangueira, acrescentando que «num ano diferente para a escola, com materiais novos que nunca usámos, gostaríamos muito de ter sido sujeitados a uma avaliação».

«O concurso trouxe muita qualidade ao evento, mas este foi um ano atípico, em que foram precisamente os quatro presidentes das escolas de samba a arranjarem um grupo de trabalho para a ACB. A partir do momento que nos manifestaram que não tinham condições para esta organização, nós entendemos, até porque também estávamos exaustos», diz Patrícia Pinto, presidente da direção dos Amigos da Tijuca, garantindo que a avaliação «envolve muitos dias e horas com a mobilização da comissão técnica, jurados, formador de jurados e a verdade é que os “timings” a 26 de dezembro (dia de eleições na ACB), para isso, não existiam». E com isto, enfatiza o carnavalesco Tomás Sancho, «o público que não espere menos qualidade porque vamos continuar a ter espetáculo e “show”, com rigor e regras para os nossos desfilantes».

Palavras corroboradas por Patrícia Tovim, da comissão de gestão da Real Imperatriz, que explicou que o facto de não haver concurso «facilitou-nos em termos de trabalho e não irá colocar em causa o trabalho apresentado». «Até acho que nos estamos a esforçar mais. As pessoas vêm cá para assistirem a um espetáculo e nós vamos cumprir», promete uma das carnavalescas da escola, Ranny Passos.

Maria Aparício, carnavalesca do Batuque, também não considera que «o espetáculo vá perder qualidade. Mantém-se tudo igual: empenho, dedicação e confeção das fantasias com a mesma qualidade». «Não alteramos rigorosamente nada na nossa escola, depois da decisão de não haver concurso», enfatiza Andreia Rosa, presidente da direção do Batuque.

Da Associação do Carnaval da Bairrada, Victor Ferreira, presidente da direção, explica que «o concurso exige uma preparação com escolha de jurados em cada escola e ACB e formações para se avaliar baterias, danças e fatos. Em tão curto espaço de tempo, não era possível». «Para nós era difícil dispensar pessoas da equipa, que precisavam de organizar um Carnaval em dois meses, para se preocuparem com o concurso», afirma, garantindo que, após o Carnaval de 2025, «irá ser feito um grupo de trabalho para ver o que podemos trabalhar e melhorar para o próximo ano».

 

Mónica Sofia Lopes