Nuno Santos, Diogo Pereira e Marco Oliveira, residentes em Ancas, no concelho de Anadia, sagraram-se campeões nacionais, na categoria “Por Equipas” no Campeonato de Dardos Eletrónicos, que se realizou em Gondomar, no passado mês de novembro. Os aficionados pelo “jogo das setas” vão estar, em breve, no Torneio Presencial, na Figueira da Foz.

Adepto de desporto, no seu geral, Nuno Santos jogou hóquei em patins, futebol, atletismo e atualmente faz parte de um grupo que se reúne, semanalmente, para jogar futsal. Nos últimos anos dedicou a sua vida profissional a um estabelecimento comercial, em Ancas, onde “montou” uma sala de jogos. O espaço depressa se tornou o epicentro de “dardos eletrónicos” (mais conhecido por máquina de jogar setas).

Um jogo que rapidamente começou a fazer parte de quem por ali passava no café. “Jogávamos diariamente e eu mais alguns começámos a enaltecer as aptidões de cada um e a participar em inter-torneios”, explicou, ao «Bairrada Informação», Nuno Santos, referindo que com Diogo Pereira e Marco Oliveira «o nível de jogo era muito idêntico».

Aquilo que começou por ser uma brincadeira, tornou-se numa aptidão e o trio começou a inscrever-se nos torneios que vão havendo anuais. Importa referir que as máquinas são controladas por empresas e que cada jogada, para além de ser sempre paga, é alvo de avaliação, pois está a ser controlada por duas câmaras de video. «Durante uns anos pagava as inscrições dos clientes em troca de jogarem / treinarem lá no café», disse-nos.

E em 2016, o trio, que no jogo se apresenta em equipa como os “Bicos de Madeira”, com as alcunhas “Katraka”, “Lampião” e “Chiolas”, foram apurados para um Torneio Internacional, que se realizou em Espanha, onde arrecadaram o terceiro lugar. “A primeira vez que vamos a um campeonato internacional, termos ficado em terceiro lugar, para nós foi de grande satisfação”, acrescentou Nuno Santos, recordando que “no regresso a casa, os treinos foram continuando”.

“E aqui tenho que agradecer à empresa de máquinas CB Darts, de Manuel Leite, que nos deu, e continua a dar, impulso para continuarmos. Só não faz mais por nós, se não conseguir mesmo”, elogiou o atleta de setas.

DSC04720Para o trio bairradino, a “chave de ouro” é terem se sagrado os primeiros classificados no Campeonato Nacional de Dardos Eletrónicos, que se realizou no final de 2017. “Estamos a falar de seiscentos atletas, onde estavam dezasseis equipas por categoria, termos sido campeões nacionais, continua a deixar-nos muito satisfeitos”, confessou-nos Nuno Santos, lamentando, contudo, que, exceptuando dois jornais da região, “não houve qualquer outra entidade ou empresa que nos tenha dado apoio e/ou mostrado interesse em conhecer o que fazemos”.

É que se em inscrições cada atleta gasta uma média de duzentos euros por ano, os treinos, por mês, poderão ficar em cerca de cinquenta euros, mediante o número de jogos e as possibilidades de cada um. “Para além disso, era importante para nós ‘vestir uma camisola’, seja ela de uma empresa, de uma autarquia, de um clube, de uma associação,…”, afirma o jogador, enaltecendo que é isso que vê “nos jogadores, de outras regiões”, quando se desloca a torneios por todo o país.

A 20 de janeiro, os atletas da Bairrada estarão no 3.º Presencial CDT, na Figueira da Foz, que junta três operadores de máquinas de dardos, oriundos da região Centro, do Fundão e do Algarve. De noventa e seis atletas, Nuno Santos está já apurado em vigésimo quarto, depois de um Torneio de oito semanas, em que durante duas não pontuou porque não jogou. Para além disso, o atleta está convicto na participação, no final do ano, novamente no campeonato nacional.

“Este é um ‘hobbie’ que me deixa motivado. É uma forma saudável de se estar em convívio num estabelecimento comercial. Conhecemos muitas pessoas à custa deste jogo”, refere Nuno Santos, que enfatiza que “gostava de levar mais longe o nome da região da Bairrada”.

 

Reportagem de Mónica Sofia Lopes

Imagem de capa: Facebook “Connection Darts Portugal”