O Orçamento da Câmara da Mealhada, para o ano de 2017, no valor de perto de dezoito milhões de euros, foi aprovado, por maioria, na Assembleia Municipal, que se realizou na noite do dia 29 de dezembro. Um documento que levou cinco votos contra e duas abstenções da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada” e ainda duas abstenções da CDU (Coligação Democrática Unitária).

Referindo-se ao novo Mercado da Pampilhosa, à remodelação da rede de águas de Casal Comba e à intervenção no Convento de Santa Cruz, Capelas e Ermidas da Via Sacra na Mata Nacional do Bussaco, projetos já foram lançados a concurso, Rui Marqueiro garantiu ser “o Orçamento para 2017 se calhar o que levará o maior investimento de sempre”, destacando ainda “a reestruturação nos serviços municipais, a aposta no turismo – em 2017 três empresas da área gastronómica irão a Bruxelas a convite da Câmara – e a obra da ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) da Mealhada”.

“Continuaremos a apoiar as freguesias. Temos muitíssima boa impressão do trabalho interadministrativo”, disse o edil, adiantando que “o valor previsto para esta rubrica de duzentos e dez mil euros, certamente ainda será reforçado em revisão orçamental”. “E temos também que pensar no Pavilhão Municipal da Mealhada que precisa de uma grande intervenção”, garantiu Marqueiro, explicando que “se chega a uma determinada altura, que não basta fazer-se obra, tem que se manter também o que já existe”.

Coligação questiona “ausência” de Orçamento Participativo

Luís Brandão, da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada”, questionou o facto de no documento ter sido “esquecido” o Orçamento Participativo. Um projeto que Rui Marqueiro se diz “menos adepto do que era quando tomou posse”. “Infelizmente o Orçamento Participativo demonstrou dificuldades de execução que não estávamos há espera, nomeadamente, na manipulação de resultados por defeito da plataforma”, declarou o edil, dando como solução “ir estudar com as Juntas de Freguesia outra forma de se poder colocar esta rubrica no terreno, uma vez que os contratos interadministrativos foram um êxito”.

“Bussaco está prestes a ser considerado Monumento Nacional”

João Louceiro, da CDU, centrou o seu discurso na Mata Nacional do Bussaco, e nas obras que serão feitas no valor de novecentos mil euros. “Durante anos tivemos Governos que menosprezaram o património do Bussaco. Criou-se a Fundação, que utiliza muito trabalho de voluntariado e de parcerias com empresas, e vemos aqui que a Câmara é que ainda financia um valor desta dimensão”, disse o deputado.ana-jesus-ribeiro-8-i-caphoto-formacao

Marqueiro, defendendo o retorno do investimento, garantiu que “o Bussaco está prestes a ser considerado Monumento Nacional”. “O Município deu hoje parecer favorável ao documento apresentado pelo Governo, onde estão, entre outras coisas, a delimitação dos espaços”, disse o edil, garantindo que “o documento irá, em breve, a Conselho de Ministros”.

“Orçamento ‘sofre’ de constrangimento governamental”

No final, as bancadas da CDU e Coligação apresentaram declarações de voto. “Olhando para este Orçamento e o do ano anterior não há diferenças. Reconheço o esforço feito, mas ao mesmo tempo, nota-se que há um constrangimento governamental”, disse João Louceiro.

Já o documento da Coligação, e a pedido do deputado Luís Brandão, não foi lido e “será enviado na próxima semana” (o que, ao «Bairrada Informação», aconteceu na noite de 30 de dezembro).

 

Fotografias de Ana Jesus Ribeiro | CAPhoto Formação