A Pampilhosa, no concelho da Mealhada, foi o local escolhido para a apresentação pública do projeto ClimAgir, promovido pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra. Uma iniciativa que tem como objetivo sensibilizar o público em geral, com enfoque nas escolas, para as consequências das alterações climáticas, bem como promover a floresta autóctone. A sessão, que se realizou na manhã de ontem (14 de novembro), foi presidida pelo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas.

O alvo do ClimAgir são as escolas, num total de seiscentas turmas, o que somará catorze mil alunos, pertencentes às instituições de ensino da CIM – Região de Coimbra, que agrega dezanove municípios. O projeto tem um custo de duzentos e vinte e quatro mil euros, sendo cento e sessenta e oito mil financiados pelo POSEUR.

E para além das escolas, o projeto ClimAgir irá às praias; promoverá ações públicas com o apoio do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) e da Administração Regional de Saúde; e terá uma tenda itinerante, promovida em cada Município, com conteúdos educativos para alunos e professores, vídeos, jogos didáticos e aplicações informáticas, por exemplo.

“Este é o momento de prepararmos a inevitabilidade das alterações climáticas. O problema é de todos, é do globo, mas nós, à nossa escala, temos que fazer alguma coisa”, disse Jorge Brito, secretário executivo da CIM-RC, acrescentando que “é um processo coletivo para o qual estamos todos convocados”.

João Ataíde, presidente da CIM-RC, explicou que o foco das escolas se prende pelo facto de ser o local priveligiado “para a mudança de atitudes por parte da comunidade”. O dirigente referiu ainda que a CIM que preside tem já uma série de políticas estudadas, algumas das quais em prática. “Queremos dar prioridade à circulação pedonal e à construção de vias cicláveis, políticas públicas que nos ajudem a mitigar o problema do CO2 (dióxido de carbono)”, disse ainda João Ataíde, acrescentando que “os incêndios e a tempestade obrigaram a uma reflexão profunda”.

O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural começou por dizer que “falar de alterações climáticas, é falar de floresta, o único sumidouro de dióxido de carbono”. “Os últimos dois anos foram a prova de que temos que fazer mudanças radicais”, continuou, garantindo que “as matas públicas fizeram de barreira de proteção, por exemplo, aquando da tempestade Leslie”. E, por isso, “promover as matas públicas deve ser um objetivo político”, enfatizou.

Por outro lado, Miguel Freitas defende que se deve trabalhar “para uma floresta ordenada, bem gerida e que crie valor aos produtores florestais”, pois, diz, “todas as espécies são úteis no sítio certo”. “Sabemos que o eucalipto é a espécie que mais rapidamente gera recurso aos produtores, mas o Governo está já a levar a cabo políticas de apoio para a plantação, nas áreas fustigadas pelos incêndios, de folhosas de crescimento lento (como carvalho, sobreiros, etc.), que captam carbono, geram biodiversidade e potenciam a qualidade dos solos”, concluiu.

No final, a tenda itinerante recebeu os alunos da Escola Básica N.º 2 da Pampilhosa.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

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