Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada levou, na manhã de 7 de março, a reunião pública da autarquia uma “denúncia anónima” que recebeu e que já foi alvo de uma participação ao Ministério Público e à Segurança Social.
“Pela primeira vez na minha vida assumi dar atenção a uma carta anónima. Todas as que recebi até hoje, cerca de meia dúzia, foram diretamente para o lixo, mas esta é grave demais para fazer-se isso, pois coloca em causa serviços da Câmara», declarou Rui Marqueiro, referindo-se à Loja Social do Município, designada de Roda Viva.
“O Município está posto em causa nesta carta, bem como são visadas pessoas. Já foram feitas participações ao Ministério Público e à Segurança Social e está a ser realizada uma averiguação interna”, continuou o edil.
O presidente da Câmara da Mealhada disse ainda que “não há qualquer medo em ‘mexer’ neste assunto”, até porque “se houver alguma coisa a mudar, muda-se!”. Contudo, para o autarca, qualquer queixa dos munícipes “devia ser identificada”. “Resolvi averiguar esta situação, mas uma carta anónima não é ter direitos de cidadania”, disse ainda.
Rui Marqueiro garante que o resultado das averiguações às entidades públicas serão “alvo de publicitação” na comunicação social. “Daquilo que falei com a senhora vereadora (Arminda Martins, responsável pelo pelouro da Ação Social), o que se fala na carta não existe, contudo, a ser verdade acionaremos também todos os meios de punição”, concluiu.
Para Guilherme Duarte, vice-presidente da Câmara Municipal da Mealhada, a situação é “inacreditável”. “Levo imensas coisas à Loja Social e tenho total confiança nas pessoas que lá estão”, enfatizou.
João Seabra Pereira, da Coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada” também disse, e em nome dos outros dois vereadores da mesma bancada, “repudiar este tipo de atitudes”. “A crítica e denúncia anónima só pode ser repudiada por nós. Ainda por cima esta coloca em causa o carácter e honestidade das pessoas”, declarou.
José Calhoa, vereador na autarquia e responsável pelo pelouro da Ação Social no mandato anterior ao da eleição de Rui Marqueiro, explicou: “Nem tudo o que se coloca no contentor pode servir para os mais carenciados. As pessoas, muitas vezes, estão convictas que estão a fazer uma boa ação, mas muitas peças não estão em condições de serem utilizadas e são reencaminhadas para a reciclagem”.
Segundo o «Bairrada Informação» conseguiu apurar, na carta anónima da denúncia, entre muitas outras coisas, pode ler-se que “alguns bens (doados à Loja Social) estão a ser alvo de aproveitamento pessoal por parte de uma funcionária”.