A completar quase dois anos do segundo mandato que preside, ao nosso jornal, João Santos lamenta que “as Juntas de Freguesia não tenham poder económico para fazer grandes investimentos”, garantindo, contudo, que, no caso concreto da Junta da União de Freguesias da Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes “são divididos pelas três ex-freguesias”.

No caso da cidade da Mealhada, um dos investimentos, de cerca de oito mil euros, foi a recuperação dos bustos de “três pessoas influentes”: Comendador Messias Baptista (localizado junto ao Cineteatro Messias), Dr.º Américo Couto (na rotunda que dá acesso ao Pontão da cidade da Mealhada) e do Padre Breda (na rotunda perto do Quartel dos Bombeiros). Se o busto de Messias Baptista sofreu vandalismo e o do Padre Breda foi furtado, a Junta precaveu-se retirando o de Américo Couto, com receio que fosse também roubado.

“Estava em causa a nossa história e recuperá-los era uma obrigação”, explicou João Santos, confessando “a satisfação das famílias” perante esta medida e enaltecendo “o donativo feito por uma sobrinha do Padre Breda, quando soube que estávamos a recuperá-los para os devolver aos locais de origem”.

Chafariz junto ao Parque da Cidade da Mealhada

E na mesma política de preservação da identidade histórica, a Junta procedeu ao arranjo e beneficiação do Chafariz no Parque da Cidade, onde investiu cerca de quatro mil euros. “Foram colocadas peças em pedra como estavam no original”, disse, garantindo, aliás, que a autarquia que preside “recuperou todos os chafarizes” existentes na área geográfica da União: o da Rua das Pedrinhas e junto ao Escorpião, na cidade da Mealhada; o do centro da Póvoa; o do Reconco; dois na Antes; e todos os de Ventosa do Bairro “com reposição de água potável”.

Com o apoio da Câmara da Mealhada, procedeu-se ao arranjo do Largo de São José e toda a zona da Póvoa da Mealhada, nomeadamente, o Largo do Chafariz. Neste território foi ainda feito o ordenamento do trânsito.

Também no anterior mandato, João Santos fala num investimento de cinquenta mil euros na Antes para o arranjo das infraestruturas no Cemitério Novo, assim como para as águas pluviais, iluminação e pavimentação dos arruamentos do local. Também a Fonte de Santo António sofreu uma intervenção e arranjo.

Em Ventosa do Bairro, João Santos garante que houve várias movimentações em diversas ruas de Ventosa, Arinhos, Póvoa do Garção e Barregão. “Só para a manutenção de todos os caminhos vicinais, na Antes e em Ventosa, a Junta gasta vinte mil euros por ano. É um dos nossos grandes gastos anuais”, afirma o presidente da Junta, explicando que são localidades “com muitos caminhos alternativos cujo tráfego as desgasta”. Para além disso, diz, “arranjámos muitos caminhos das vinhas que estavam completamente inutilizados porque as Juntas não tinham capacidade para isso”.

E a manutenção não se fica pelos caminhos, uma vez que cabe à Junta “cuidar” dos Chafarizes e das antigas escolas, que são sua propriedade ou detentores de posse.

Com dois administrativos, três funcionários “para dar conta de todos os trabalhos na rua” e mais dois avençados, João Santos garante que este número de recurso humanos “não chega para fazer face a todas as necessidades”. “Tem que ser tudo muito bem organizado”, afiança.

 

União de Freguesias “funciona e facilita a vida aos munícipes”

João Santos chegou à Junta da União de Freguesias da Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes em 2013, depois de ter sido eleito presidente da única autarquia no concelho da Mealhada que sofreu uma agregação de freguesias depois da reforma administrativa imposta pelo Governo. Ao nosso jornal confessa que os primeiros tempos foram “adversos”, mas que hoje as populações percebem que “não perderam nada, antes pelo contrário, até ficaram a ganhar”.

Os meses que antecederam às eleições de 29 de setembro de 2013 foram tumultuosos com as populações da Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes a não olharem com “bons olhos” para a agregação. Era a primeira vez que se votava numa União e num só presidente para três freguesias. João Santos desabafa: “Os primeiros tempos foram, de alguma maneira, adversos. Não digo que fosse considerado pessoa ‘não grata’, mas quase…”.

Contudo, contrariando as circunstâncias, João Santos colocou “mãos à obra”. “Tivemos que demonstrar às pessoas que não perderam nada, antes pelo contrário, foram-lhes criadas mais condições”, garantiu o autarca, explicando que, no passado, “apesar das terras serem pequenas, eram muito politizadas”.

Hoje, para além de uma sede de Junta, na cidade da Mealhada; dois dias por semana, tanto na Antes como em Ventosa Bairro, um assistente administrativo “abre as portas das antigas Juntas, facilitando, assim, quem não pode ou não quer vir à sede”. “No passado, essas Juntas não abriam desta forma e tanta vez”, continua João Santos, acrescentando que a proximidade no terreno está também representada pelo tesoureiro, Horácio Ferreira, e pelo secretário da Junta, Fernando Parreira, oriundos, respetivamente, da Antes e Ventosa do Bairro.

“Não tenho dúvidas nenhumas de que esta União funciona e que facilitou a vida aos munícipes”, enfatiza ainda o presidente da Junta, garantindo que até a nível monetário, “a Antes e Ventosa do Bairro ficaram em vantagem”, uma vez que o orçamento da Junta ronda agora os duzentos mil euros e no passado as ex-freguesias teriam pouco mais, cada uma, de trinta mil euros.

 

Mónica Sofia Lopes