Esta reportagem conta a história de quatro formandos, licenciados e mestres, que frequentam o curso de Técnico de Multimédia, no Centro de Formação Profissional de Águeda, desde abril de 2018.

Daniela Oliveira, de Recardães, tem 25 anos, é solteira e vive em casa do pai. Licenciada em Gerontologia e mestre em gestão de equipamentos sociais, a sua experiência profissional resume-se a um estágio profissional de 9 meses, feito num centro de dia, em Barrô. No centro de formação, descobriu que a multimédia a faz mais feliz do que a gerontologia.

Alexandra Calhau, de Vagos, tem 25 anos, é solteira e vive em casa da mãe. O empréstimo bancário que contraiu para pagar os estudos – uma licenciatura em Comunicação e Design Multimédia – é uma preocupação constante. Já fez um estágio profissional na área, que avançou depois para um contrato de um ano, mas que acabou por não ser renovado. No centro de formação, encontrou certezas: é na área da multimédia que quer trabalhar.

Nuno Almeida, de Oliveira do Bairro, tem 30 anos, é solteiro e vive com os pais. A licenciatura em Línguas e Estudos Editoriais e o mestrado em Estudos Editoriais, que os pais pagaram com esforço, não lhe abriu portas no mercado de trabalho. Na área, trabalhou durante menos de um ano. Biscates noutras áreas, fez muitos. É a terceira vez que está desempregado. No centro de formação, descobriu a sua verdadeira vocação: trabalhar na área da multimédia.

Luís Cardoso, de Águeda, tem 45 anos e vive com a esposa e quatro filhos. Licenciado em Engenharia Informática, já esteve várias vezes desempregado. Desta vez, incomoda-o um desemprego de longa duração. No centro de formação, onde já foi formador e onde agora é formando, recuperou esperança e ganhou força para voltar a procurar trabalho.

Este “Regresso à escola” demonstra que o desemprego também tem um lado positivo.

 

Quem é Sílvia Torres?

Residente em Mogofores, no concelho de Anadia, é a autora desta grande reportagem resultado do percurso de quase um ano a frequentar o curso de Técnico de Multimédia no Centro de Formação Profissional de Águeda (nível 4). “Regresso à escola” é o projeto final da jovem que, em breve, fará um estágio na ACOAG – Associação Comercial de Águeda.

O interesse pelo curso surgiu após Sílvia Torres, licenciada em Jornalismo e Comunicação e mestre em Jornalismo, ter “batido de frente” com o desemprego. Antes disso, trabalhou na sua área formação, tendo passado pelo Diário de Coimbra, Força Aérea Portuguesa e Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

“Com este trabalho quis mostrar que o desemprego também pode ter um lado positivo, como tudo na vida”, descreve-nos a jovem bairradina, salientando que “‘regressar à escola’ não foi fácil, mas valeu a pena principalmente pelos conhecimentos que adquiri e pelas pessoas que conheci”.

 

Fotografia de capa de Luís Serra