Eugénia Santos e o irmão foram ontem, dia 6 de agosto, à reunião pública da Câmara Municipal da Mealhada “pedir” para que se faça chegar saneamento, da rede pública, à habitação do seu pai, que se localiza na estrada que liga a Mealhada à Pedrulha e que pode também dar acesso à localidade da Antes.

“O meu pai tem oitenta e seis anos e não pode ir buscar água a lado nenhum, porque não tem condições”, declarou o “queixoso”, referindo-se à única habitação que se situa do lado direito da estrada que, indo da Mealhada (rotunda junto ao Hospital), dá acesso ao cruzamento da Pedrulha.

Rui Marqueiro, presidente da Câmara da Mealhada, começou por explicar que a situação tem duas hipóteses: “Ou a ligação se faz a partir de uma conduta que vem da Antes ou tem que se fazer outra, mas como ultrapassa a distância, o Município não tem obrigação legal de colocar a conduta, tendo que ser o proprietário a pagar”.

E se na primeira opção, “o valor já calculado é de seis mil euros”, no segundo caso “ainda não há valores disponíveis porque os terrenos são de muito má qualidade e carecem de licença especial das autoridades”. “Não sei se será mais barata ou mais cara do que a primeira opção”, acrescentou.

Solução que o filho do proprietário lamentou, afirmando que “o pai tem uma reforma de trezentos e poucos euros e não tem meios para pagar a obra”. Já Eugénia Santos recordou as recentes intervenções da autarquia, onde foram investidos “cerca de um milhão e meio de obras nas áreas das águas e de saneamento”. “As casas que estão a cento e vinte metros da do meu pai foram todas contempladas”, disse ainda, referindo que “anda a fazer pedidos para a Câmara desde janeiro” e que “a mãe (já falecida) sempre lutou por isso”.

Rui Marqueiro disse que a conduta das referidas casas vem da Pedrulha, “tratando-se de uma renovação, que eliminou o fibrocimento” e relembrou que “a habitação em causa nem sequer devia ter sido construída ali!”. “Estou analisar a vossa situação e ainda não encontrei nenhum pedido de abastecimento de água que não tenha sido só agora, sendo que a casa já lá está há quarenta anos”, disse o edil, questionando ainda: “Querem que lhes mostre os casos de munícipes que também tiveram que pagar?”.

O assunto terminou com Rui Marqueiro a adiantar “ir continuar a analisar o caso”.

No período antes da ordem do dia, também Adérito Duarte, da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada”, pediu para que seja feita a discriminação “das contas da edição de 2018 da FESTAME – Feira do Município da Mealhada”, referindo ainda, sobre o evento “Comércio em Festa”, “que o comércio local nunca precisou tanto de apoio, mas que isso não se resolve com festinhas, nem com festas no Parque da Cidade”. “Que se façam eventos dignos com capacidade inovadora”, acrescentou.

Intervenção que levou o edil a afirmar que “o pior cego é aquele que não quer ver” e que as contas da FESTAME serão apresentadas, “até porque aqui ninguém mete dinheiro ao bolso!”.

 

Mónica Sofia Lopes