Os responsáveis pela petição que pretende a “reversão da União das Freguesias de Amoreira da Gândara, Paredes do Bairro e Ancas”, que arrecadou 1554 assinaturas e já foi entregue na Assembleia da República, foi enviada ao presidente da Assembleia Municipal de Anadia, munida de uma pedido de realização de uma sessão extraordinária do referido órgão, para que o assunto fosse debatido. Algumas considerações feitas no documento levaram a que alguns deputados municipais não aceitassem o repto. Sobre o tema, e por motivos similares, uma moção apresentada pelo CDS, foi também rejeitada.

A carta remetida ao presidente da Assembleia Municipal de Anadia, por oito signatários da petição, apelava “à convocatória de uma sessão extraordinária (do órgão) para discussão da desagregação requerida”, sugerindo que os deputados “se pronunciassem favoravelmente à reavaliação e reposição das freguesias (Amoreira da Gândara, Paredes do Bairro e Ancas), dando conhecimento dessa deliberação aos diversos órgãos nacionais e locais competentes”.

A carta terminava, recordando “que apenas a inação da Assembleia Municipal de Anadia, no devido momento, conduziu à situação presente, altamente desfavorável”.

Declarações que não caíram bem ao presidente da Assembleia Municipal de então, agora deputado municipal pelo MIAP (Movimento Independente Anadia Primeiro), Luís Santos, que declarou serem “altamente lesivas”. “A 8 de outubro de 2012 foram analisadas quatro propostas neste órgão, provenientes de uma comissão de trabalho para o efeito, onde foi dada a palavra a todos os cidadãos e em que apenas um se manifestou”, disse Luís Santos, relembrando que trinta e um deputados votaram favoravelmente para que “a Assembleia não se pronunciasse sobre a reorganização administrativa do território das Freguesias”, até porque “a decisão do Governo era irrevogável e intransigente”.

“Tivemos muitas horas de reunião por causa desta situação e por isso não posso aceitar que se escrevam estas mentiras. Não é por estar em causa a minha pessoa, é por não ser verdade!”, referiu.

Manuel Pinho, presidente do órgão, disse “recusar uma assembleia extraordinária”, até porque, na sua opinião, “há considerados duvidosos”, não descartando, contudo, a hipótese “de as pessoas irem à Assembleia Municipal discutir o tema”. “Estão à vontade”, enfatizou.

Rui Bastos, do Partido Comunista Português, apelou ao facto de a população estar a pedir o apoio do órgão e João Gaspar, do Partido Social-Democrata, considerou “ser desgastante” estar a debater-se um tema quando o Governo Central ainda não tomou nenhuma medida sobre se haverá nova discussão ou não.

O assunto terminou com uma moção apresentada por Sandra Marisa, do CDS (Centro Democrático Social), “pela reposição das freguesias de Amoreira da Gândara, Paredes do Bairro e Ancas”. No documento, podia ler-se que, em 2012, “a Assembleia Municipal de Anadia durante o processo de agregação / extinção foi inoperante” e que se poderia ter apresentado uma proposta “de agregação com diferentes freguesias (das atuais), que se identificassem entre si” e onde “a proximidade de identidade fosse maior do que a que existe atualmente”.

Uma moção que não caiu bem à bancada do MIAP, que garantiu “que o órgão fez tudo o que era possível fazer, não querendo assumir um papel que cabia à administração central”. “Nós é que íamos colocar as freguesias umas contra as outras?”, questionou Rafael Timóteo, relembrando que neste assunto “não havia solução, porque ninguém queria a agregação”.

A moção foi rejeitada com vinte votos contras, seis a favor e uma abstenção.

 

Mónica Sofia Lopes