A falta de limpeza de vias e espaços verdes no Município da Mealhada passou da rua para as redes sociais, saltando, na passada sexta-feira (29 de junho), também para a Assembleia Municipal. A proposta de recomendação para limpeza imediata das vias circundantes ao Itinerário Complementar 2, apresentada pelo Bloco de Esquerda, foi rejeitada, “apenas porque se refere a uma estrada tutelada pela Infraestruturas de Portugal”, defendeu a bancada socialista.

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“Hoje cometi uma ilegalidade ao mandar limpar os espaços do IC2, depois de meses a pressionar a IP”, declarou Rui Marqueiro, presidente da Câmara da Mealhada, adiantando, contudo, que “no final de tudo limpo, irá apresentar a conta” à referida entidade. “A previsão deles era virem cá no final de julho. Uma previsão, note-se!”, acrescentou, admitindo que possa estar haver “desvio de funcionários da IP para a gestão de combustível das florestas”.

“Portugal começa a ter dificuldade em arranjar funcionários para tarefas indiferenciadas. Andamos para constituir uma equipa de cinco sapadores há três meses e apenas conseguimos de quatro”, explicou o autarca, garantindo que são estes que, neste momento, “estão a limpar os jardins e os espaços verdes”.

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Na proposta de recomendação, à Câmara Municipal, apresentada por Gonçalo Lopes, do Bloco de Esquerda, o apelo era para que “se agilizasse, urgentemente, meios para limpeza imediata ao longo do IC2”, defendendo ser uma via situada “numa terra muito visitada pelas suas 4 Maravilhas’”.

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Uma proposta rejeitada com doze votos contra, oito a favor e cinco abstenções. Na sua declaração de voto, Ana Paula Coelho, do PS, disse votar contra “uma vez que a limpeza do IC2 não cabe ao Município da Mealhada”. “Entendo que o espírito do documento fosse a limpeza geral do concelho, mas não é o que está na recomendação”, rematou.

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Outro dos assuntos discutido no órgão foi o “estado de sítio” da vila do Luso, um tema espoletado por Luís Brandão, da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada”. “Derrocada em frente ao Casino, inutilização do Lago, intervenção no Pavilhão e interdição da piscina municipal”, foram as enumerações do deputado, afirmando que “o Luso está de castigo!”.

Rui Marqueiro relembrou os investimentos feitos, ao longo dos anos, nomeadamente, na construção do Pavilhão, cafetaria, campos de ténis, Centro de Estágios e arranjo de ruas. “Vamos intervir no cinema e no parque de estacionamento”, acrescentou ainda, recordando também “os investimentos realizados no Bussaco”.

“Dizer que o Município da Mealhada não se importa com o Luso é injusto!”, continuou o autarca, declarando  que “o Luso não está de castigo”. “De castigo está o Município todo por causa dos quinhentos mil euros que vão ter que ser gastos em todas essas obras”, concluiu.

Já sobre os anseios de Isabel Cordeiro, do PS, referentes à Pampilhosa, o edil garantiu  que “o executivo está a dedicar, algum tempo, a pensar na Baixa da Pampilhosa”.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Fotografias de José Moura