Os Municípios de Anadia e Mealhada aprovaram, na passada sexta-feira no decorrer das suas Assembleias Municipais, a dissolução da sociedade WRC – Web para a Região Centro – Agência de Desenvolvimento Regional, EIM, S.A, a funcionar no Curia Tecnoparque. No caso da Câmara de Anadia, detentora da maioria do capital social e proprietária do edifício, houve ainda a aprovação da internalização das atividades referentes à incubação de empresas e à Universidade Sénior da Curia.
Os accionistas da WRC são diversos, entre instituições de ensino, entidades privadas e diversos municípios da região Centro, cabendo ao de Anadia mais de sessenta por cento do capital social. “Estamos a falar de uma empresa que vivia da prestação de serviços e apoios comunitários, fundos que foram limitados para diversos projetos da WRC. Para além disso, o tempo levou a que outras entidades fizessem concorrência aos serviços da sociedade”, declarou Teresa Cardoso, presidente da Câmara de Anadia, explicando que “referente ao ano de 2015 o Município teve que assumir o valor catastrófico de setenta e sete mil euros”.
E se em 2016 “os resultados foram ligeiramente positivos”, a edil garante que “para 2017 tinha que haver uma estratégia e caminho diferentes e tal não aconteceu”. “Quando no final desse ano nos foi apresentado o orçamento de 2018, eu propus a retirada do documento para não seguirmos por um caminho penoso para o Município”, acrescentou a autarca, dando conta de que em março o presidente do conselho de administração pediu a demissão, tendo o Município da Mealhada assumido esse cargo.
“Em finais de abril já não havia dinheiro para pagamento de salários, de impostos e até de avenças a alguns professores afetos à Universidade Sénior, prejuízo assumido pelo Município de Anadia”, disse ainda, referindo que as perdas referentes ao ano de 2017 são de cento e setenta e dois mil euros.
Apesar da dissolução da WRC, o Município de Anadia pretende dar continuidade “à incubadora de empresas e Universidade Sénior, estando afetos a estas áreas dois funcionários”. “Queremos que o Curia Tecnoparque continue a ter vida, mas com verdadeiras parcerias e novas ideias e iniciativas”, enfatizou a edil, pedindo a anuência da Assembleia Municipal, em aprovar a dissolução, “para que já no dia 6 de julho possamos, em assembleia de acionistas, pôr fim a WRC”.
Tanto no órgão municipal de Anadia, como no da Mealhada, as bancadas da oposição questionaram “se havia, ou não, uma auditoria externa às contas”. Teresa Cardoso informou que foi feita uma auditoria interna em consonância com outros acionistas, afirmando que “cada dia que passa é um dia de perda para o Município de Anadia”. Já a bancada do “Movimento Indepente Anadia Primeiro” relembrou “os custos acrescidos que isso ainda iria trazer”.

No caso da Mealhada a participação é de 0,35% e, na Assembleia Municipal, Rui Marqueiro, presidente da autarquia, explicou que “o projecto da WRC era ligado às tecnologias da informação e alguns acordos tornaram-se inviáveis”. “De janeiro a abril de 2018 os prejuízos apurados são já de sessenta e três mil euros”, acrescentou, enfatizando, contudo, que para a Mealhada isso representa um valor de “cerca de mil euros”. “Há quem tenha prejuízos de milhares de euros…”, rematou.
Texto de Mónica Sofia Lopes
Imagem de quiosquedasletras.blogs.sapo.pt