A Mata Nacional do Bussaco está na lista indicativa, provisória e restrita onde se encontram onze candidaturas portuguesas, na corrida a Património Mundial da UNESCO, depois de uma reformulação da candidatura feita há cerca de dois anos. A novidade foi divulgada, na manhã de ontem, ao presidente da Fundação Mata do Bussaco pelo Património Cultural, minutos antes da inauguração do «Espaço de Acolhimento ao Visitante» no Bussaco, uma obra de cerca de 200 mil euros com apoio do Fundo Ambiental ao abrigo de um protocolo plurianual ainda referente ao ano de 2024.
«Tivemos hoje uma boa notícia, a de que estamos na lista indicativa a Património Mundial da UNESCO. Sabemos as dificuldades e teremos que provar muito bem a excecionalidade da nossa candidatura», disse, ao nosso jornal, Guilherme Duarte, presidente da Fundação Bussaco (criada em maio de 2009), sobre um projeto que foi reformulado e entregue em janeiro de 2023 (a intenção de candidatura começou em 2017) e que aposta com mais enfoque (relativamente ao que foi desenhado inicialmente) «na presença dos carmelistas descalços enquanto elemento diferenciador».
Só em Portugal são onze as candidaturas que se juntam à proveniente do concelho da Mealhada – Deserto dos Carmelitas Descalços e Conjunto Edificado do Palácio-Hotel do Bussaco -, nomeadamente, Ilhas Selvagens, Fortificações Abaluartadas da “Raia” (Fronteira), Levadas da Ilha da Madeira e o Conjunto de Obras de Arquitetura de Álvaro Siza em Portugal, entre outras.
Para Carlos Bessa, da Direção-Geral do Património Cultural, também ele presente ontem no Bussaco, o processo passa agora por uma pré-apreciação de uma comissão, onde se incluem «visitas técnicas e a eventual necessidade da entidade promotora da candidatura ter de dar resposta ao que for solicitado». O diretor do Departamento dos Bens Culturais acredita que o processo possa ter mais dois anos pela frente, explicando que «as mais valias de cada candidatura têm de estar bem patentes para que possam ser as escolhidas na votação pelos vários embaixadores».
A novidade chegou em dia de inauguração na Mata do Bussaco, com a abertura de um espaço «que não tínhamos para acolher com conforto os visitantes, onde se podem fazer refeições ligeiras ou um simples tomar um café». «O que tínhamos era um simples contentor, sem condições, especialmente de inverno ou em dias de chuva», destacou o presidente do conselho diretivo da Fundação, garantindo que esta obra, no valor de 185 mil euros (mais IVA), «é fundamental para a receita anual». «Se no contentor faturávamos 200 mil euros por ano, aqui, com estas condições, achamos que vai ser muito mais», disse.
Ainda em prol do mesmo protocolo com o Fundo Ambiental «estão a decorrer obras no muro da Cerca Monumental» e Guilherme Duarte pretende que o futuro «traga a recuperação da Fonte Fria e das Casas do Bussaco (uma oferta que permite aos turistas pernoitarem)». «Isto só será possível com o apoio do Património Cultural, do Turismo de Portugal e do Fundo Ambiental», apelou ainda.
Recordamos que em 2024 «foi o melhor ano de sempre com meio milhão de visitantes» a entrarem na Mata do Bussaco. «No primeiro semestre de 2025 já superamos o período homólogo de 2024, em termos de receitas, cerca de 10%, provenientes de entradas na Mata e no Convento, visitas de estudo, aquisições na Loja da Mata, requisição do Espaço de Eventos e ainda vendas no Bar (este último a trabalhar com menos densidade no meio ano transato devido às obras do Espaço de Acolhimento). Como o segundo semestre é sempre melhor, com os meses de melhores condições climatéricas, estamos com grandes expectativas», declarou ainda o presidente da Fundação Bussaco.
Mónica Sofia Lopes




























