O Município de Anadia inaugurou, ontem, dezasseis fogos de habitação a custos controlados, na Quinta do Rangel em Ancas, no âmbito da Estratégia Local de Habitação, ao abrigo do programa 1.º Direito e com apoio de financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência. O momento contou com a presença de Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação, que presenciou também a assinatura dos contratos de arrendamento dos primeiros seis agregados familiares.
Para além da construção de dezasseis fogos – T1 (com dimensões dos 58,4 metros quadrados aos 64,9), T2 (com 79,5 metros quadrados), mas também T3 e T4 – em Ancas, em regime de arrendamento apoiado e de arrendamento assistido; o Município de Anadia tem outros 21 em construção no loteamento na Rua Costa da Igreja, em Sangalhos; e ainda a reabilitação da Casa dos Castilhos (Casa Abrigo), em Aguim, para vinte alojamentos de emergência e transição. «Anadia tem procurado estar na linha da frente, sempre numa expectativa de alcançar a aprovação de candidaturas e obter financiamento. Temos em matéria de habitação quase seis milhões de euros em investimento, para 37 fogos e para a Casa Abrigo (sendo este no âmbito da Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário)», referiu Maria Teresa Cardoso, presidente da Autarquia de Anadia, destacando que «estes investimentos ficam fora da sede do concelho, em distintas freguesias», mas que têm em comum «estarem próximos de outras zonas de desenvolvimento económico, nomeadamente das zonas industriais do Paraimo (Sangalhos) e de Amoreira da Gândara, bem como de várias explorações vitivinícolas».
Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação, começou por dizer que o que testemunhou, na tarde de ontem, no concelho de Anadia, «é o facto de que não seria possível construir tantas casas, sem a ambição e o trabalho dos presidentes de Câmara, que é precisamente o que acontece em Anadia». «Estou na política há algumas décadas e hoje é um dos dias mais felizes. É contagiante ver o sorriso de quem assinou os seus contratos de arrendamento», referiu, garantindo ainda: «Temos de continuar a disponibilizar habitação, a quem dela precisa».
Feliz estava uma das primeiras arrendatárias, de 68 anos, reformada por invalidez e a residir sozinha numa habitação em Anadia. «Estou num bairro sem grandes condições e quando me informaram deste programa, eu procurei ajuda para me candidatar (candidaturas que tiveram em conta as condições de habitação e os rendimentos, bem como o enquadramento no programa 1.º Direito)», disse, ao nosso jornal, acrescentando que irá residir num T1: «Estou encantada com a habitação que vi hoje. Estou desejosa de vir para aqui viver a 1 de setembro. Para além disso, isto fica num sítio lindo».
Antes da sessão terminar, a presidente da Autarquia de Anadia destacou a importância dos novos arrendatários terem agora «uma habitação condigna, de maior conforto e de maior salubridade», relembrando, contudo, que isto acarreta também a responsabilidade «de zelar pelo cumprimento das regras, designadamente o pagamento do valor da renda a que estão sujeitos, da manutenção das condições de higiene a manter, na segurança do manuseamento dos equipamentos e na preservação do espaço que vos é atribuído, mas também dos outros que terão em partilha com os demais arrendatários».
Sobre o futuro, a autarca afirmou que «o Município de Anadia dispõe ainda de uma grande bolsa de terrenos em diferentes localizações que poderá disponibilizar para o mercado da habitação e ser uma alternativa à resposta de habitação para famílias com condição económica mais favorável. Temos condições que permitem uma oferta abrangendo agregados de diversas condições socioeconómicas».
Nó da A1 em Anadia em andamento. Traçado da alta velocidade já pouco haverá a fazer
Aproveitando a presença de Miguel Pinto Luz, a Autarca de Anadia recordou «a importância da construção do nó de ligação à Autoestrada 1, para o desenvolvimento do concelho de Anadia», que diz estar «estrangulado e repartido por corredores rodoviários e ferroviários, não oferecendo quaisquer outras alternativas de acesso ao principal eixo rodoviário».
Maria Teresa Cardoso pediu também atenção «à preocupação já manifestada oportunamente pelos produtores da nossa região face ao traçado previsto para a linha de alta velocidade, que se sobrepõe à mancha vitivinícola do nosso concelho, com os prejuízos inerentes à destruição dos vinhedos e à transformação da paisagem com as demais consequências para o setor económico».
O ministro das Infraestruturas e Habitação garantiu levar «todos os recados», afirmando que o «nó da A1 já está na comissão de concessão da Brisa e nas prioridades da Infraestruturas de Portugal e do Governo».
Menos positivas foram as declarações referentes à situação do traçado da alta velocidade, cujo processo, segundo Miguel Pinto da Luz, «está (também ele) a andar a alta velocidade». «Estamos a cumprir com o prazo de ter Lisboa e Porto a uma distância de uma hora e quinze minutos, com estações em Aveiro, Coimbra e Leiria, dando a merecida importância a estes territórios e distritos», enfatizou.
Mónica Sofia Lopes