A Gongô, associação humanitária sediada no concelho da Mealhada e criada em julho de 2022, comprou um veículo que proporciona agora o transporte de dezenas de crianças no interior da ilha de São Tomé e Príncipe. Trata-se de uma mota-carrinha adaptada ao terreno local, na qual foram instalados bancos de madeira e uma proteção para os dias de chuva, típicos neste país. A mota-carrinha é de 250 cc, tem a possibilidade de carregar até 1500kg, está registada e matriculada localmente e apta para o transporte das crianças.
«Embora possa parecer um meio de transporte “estranho” para a realidade portuguesa, este veículo revela-se uma enorme mais-valia no território santomense, indo proporcionar que dezenas de crianças não faltem à escola em dias de pior meteorologia, evitando ainda que, muitas destas crianças, percorram a pé, diariamente, alguns quilómetros entre as aldeias em que vivem e a escola que frequentam», lê-se no comunicado de imprensa da associação, que acrescenta que «a condução da moto-carrinha é assegurada pelo próprio professor Sesiliano, com quem a Gongô mantém contacto há cerca de dois anos. Este professor é quem, a muito custo e a expensas próprias, transporta várias crianças para a escola, sem qualquer contrapartida por esse trabalho extra que realiza diariamente».
O investimento de 95.000 dobras (moeda local), cerca de quatro mil euros, ao qual acresceu ainda a proteção da chuva (80 euros), e os bancos de madeira (100 euros) foi integralmente pago pela Gongô, com dinheiro angariado pela associação em iniciativas realizadas anteriormente, bem como através do pagamento anual da quota dos seus associados.
A ligação entre a Gongô e este professor santomense já proporcionou que, ao longo destes últimos dois anos, estes alunos tenham recebido material escolar (mochilas, cadernos, lápis, canetas, entre outros), e também alguma medicação, nomeadamente pomadas para ajudar a combater as infeções cutâneas provocadas pelas picadas dos mosquitos. Agora, a Gongô conseguiu melhorar o transporte escolar destas crianças e vai continuar, em parceria com este professor, a tentar que a educação e o ensino destas crianças seja o melhor possível dentro da realidade local.