Osvaldo Santiago Martins, fundador do Grupo Pavigrés Cerâmicas, S.A., foi, na manhã do passado sábado, 11 de setembro, homenageado, em Anadia, com um busto produzido pelo escultor Pedro Figueiredo, colocado perto da Escola Básica e Secundária de Anadia. A iniciativa foi promovida pela família de Osvaldo Martins e muitos foram aqueles que quiseram fazer parte da cerimónia.
Falecido a 17 de Janeiro de 2010, Osvaldo Santiago Martins marcou a região nos papéis de industrial e de filantropo. «Foi criador de centenas e centenas de postos de trabalho e a circunavegação da marca Pavigrés», referiu Albano Jorge, amigo de Osvaldo Martins e da sua família, acrescentando que, a nível cívico e social, «prestou apoio às mais diversas IPSS e associações de carácter cultural e desportivo», nomeadamente, à APPACDM de Anadia, aos Bombeiros Voluntários e à Associação Dadores Benévolos de Sangue.
«Era um homem teimoso e cheio de objetivos. A sua informalidade fez com que a empresa crescesse e o mercado internacional sempre foi um grande objetivo», continua Albano Jorge, desvendando que «em 1986, foi criado um grupo de trabalhadores recreativos e realizou-se a primeira Festa de Natal dos trabalhadores do Grupo Pavigrés, onde estavam pessoas do barro, dos escritórios e das engenheiras. Isto fez com que houvesse sempre uma união entre todos e para Osvaldo Martins isso significava a continuidade perene do Grupo». «Conhecia os trabalhadores pelo nome próprio e preocupava-se em conciliar a continuidade de todos na empresa. Tinha um elevado grau de profissionalismo, que lhes procurava incutir, e era um operário criativo», descreveu ainda.
Acácio Lucas, fundador da APPACDM em Anadia, destacou «o carácter altruísta e de bem fazer do senhor Osvaldo» e a dificuldade sentida em encontrar «as palavras certas para o homenagear». «Quando em 1988, eu e um grupo de pais pensamos em criar em Anadia uma instituição, batemos a várias portas, que se fecharam, e numa tarde chuvosa de domingo foi a vez da do senhor Osvaldo que nos doou o terreno e foi sempre altruísta para com a instituição», disse o antigo dirigente.
Para o escultor Pedro Figueiredo o convite significou «uma honra muito grande». «É um tipo de trabalho ingrato, sobretudo quando não conhecemos a pessoa pessoalmente. Estudei a sua vida, vi fotografias e tentei perceber quem foi e como foi. Vivi com esta pessoa durante meses, com a responsabilidade de fazer o melhor possível», enalteceu Pedro Figueiredo, referindo que o trabalho ficou concluído quando a esposa do senhor Osvaldo – Emília Verdade Martins- entrou no atelier e se emocionou. «Este busto representa toda a sua vida, todos os seus trabalhadores e todos os países onde esteve», afirmou ainda o escultor, confessando que «só se morre verdadeiramente quando se é esquecido. É o que não acontece neste caso».
As palavras elogiosas vieram também de Teresa Cardoso, presidente da Câmara de Anadia, que enalteceu o espírito solidário e empreendedor de Osvaldo Martins. Já Emília Verdade Martins, viúva do homenageado, agradeceu «a todos os amigos por me acompanharem nesta realização».
Texto de Mónica Sofia Lopes
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