A sessão de abertura do seminário “Turismo: Desafios do Ofício”, promovida pelos organizadores do “Leitão à Mesa”, serviu para que Nuno Canilho, diretor geral da Escola Profissional Vasconcellos Lebre, e Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, fizessem um “alerta” para uma plateia de estudantes das áreas de Cozinha / Pastelaria e Restauração / Bar, sobre a mutação que o tema exige, de anDSC02358o para ano, e sobre os horários deste tipo de profissão.
Tendo por base a aposta no turismo, “‘bandeira’ do atual executivo camarário”, Rui Marqueiro começou por explicar as estratégias da autarquia, enfatizando a divulgação dos produtos gastronómicos – água, pão, vinho e leitão – e dos seus associados, tais como, bolos do Docealhada, casticitos e caramujos do Luso. “Levamos a Mealhada e seus produtos a todas as feiras a que podemos ir. Todos os anos vamos a Lisboa, Guarda, Algarve e Açores”, referiu o edil, acrescentando que há uma lacuna e que é preciso tornar a hotelaria um género de “produto associado”. “Temos eventos desportivos na Mealhada em que a hotelaria fica totalmente lotada”, disse.

“Alunos terminam os cursos, mas depois não querem depois trabalhar aos fins de semana”

Mas Rui Marqueiro aproveitou a ocasião para “dar um puxão de orelhas” aos alunos. “Tenho ouvido os empresários dos restaurantes, sei que vocês têm uma boa escola e que saem preparados, mas também sei que muitos dos alunos que terminam os cursos não querem depois trabalhar ao sábado e ao domingo”, lamentou Rui Marqueiro, que ainda acrescentou: “Na vossa profissão as coisas não funcionam assim. É duro trabalhar aos fins de semana, mas é mesmo assim!”.
Também Nuno Canilho, direDSC02361tor geral da EPVL, referiu que “o turismo está em constante transformação”. “Hoje temos muito mais turistas estrangeiros do que tínhamos há dez anos. Temos que estar preparados para os receber e prevenidos para falar a língua materna deles”, declarou o dirigente, que garante que “a tradição portuguesa ‘impõe’ que, na área turística, se tenha que falar o inglês e depois o francês e até o alemão”.
“Temos que ter ginástica suficiente para que quem venha, nesta caso à Mealhada, saia satisfeito e queira voltar”, concluiu Nuno Canilho.

Balanço da iniciativa já é positivo

O seminário inseriu-se no programa “Leitão à Mesa”, organizado pela Living Place, Dias do Avesso, Portugal com Paixão e Bio Living, com o apoio da Câmara da Mealhada, que teve início no passado sábado. No centro das iniciativas estiveram oficinas para crianças; um concerto nas Caves Messias; uma caminhada, seguida de libertação de uma ave por parte do CERVAS (Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens); e uma “viagem” pelos pontos históricos da cidade da Mealhada.
“Apesar do mau tempo, conseguimos não cancelar nenhuma atividade e atingir os objectivos primordiais: envolver a população e levar a Mealhada e as “4 Maravilhas” para ‘fora de portas’”, disse Paulo Nabais, da Living Place – Animação Turística, garantindo que foram pedidas informações “por parte de pessoas do Porto e Lisboa”.

Atividades “para todos os gostos” até dia 2 de abril

Até ao próximo domingo, dia 2 de abril, a panóplia de atividades é enorme, diversificada e tem abertas inscrições. Entre muitas – que podem ser consultadas no Facebook do “Leitão à Mesa” – estão as tertúlias: “As águas do Bussaco”, que se realiza, no dia 28 de março, pelas 18 horas, no Luso; na quarta-feira, dia 29, a EPVL terá “O pão da Mealhada”; na quinta-feira, dia 30 de março, será a vez de Ventosa do Bairro “receber”, na Quinta Sabarrô, “Os vinhos da Bairrada”; e na sexta-feira, “O leitão e o turismo” no restaurante “Pedro dos Leitões”, em Sernadelo.
Os interessados em mais informações devem contactar os organizadores através do correio electrónico leitaonamealhada@gmail.com