A Filarmónica Pampilhosense começa o novo ano com um “Concerto de Reis”, na sua sede, este domingo, dia 8 de janeiro, pelas 15h 30m. Um espetáculo, gratuito, que lançou o mote para uma conversa com Daniel Vieira, presidente da direção da Sociedade Artística, Cultural e Recreativa que se irá recandidatar, por mais dois anos, no próximo ato eleitoral, que tudo indica que possa acontecer ainda este mês.

“Nascida” em 1920, a Filarmónica Pampilhosense sempre proporcionou aos munícipes da Pampilhosa um desfile na manhã do dia 1 de janeiro. Uma tradição cumprida até ao ano 2000, altura em que, “por diversos motivos”, passou a existir um Concerto “com um repertório mais elaborado”.

E será, mais um ano, que “a Casa da Cultura na Pampilhosa”, como é designada por Daniel Vieira, apresentará mais um Concerto, com duração de hora e meia. “Teremos peças de autores europeus e americanos com música mais popular e que vai ao encontro do nosso público e dos nossos músicos mais jovens. As entradas são gratuitas, mas estão a ser vendidas rifas para que, nesse dia, seja sorteado um cabaz, com produtos praticamente todos oferecidos », declarou, ao «Bairrada Informação», o presidente da direção da Filarmónica.

Depois deste evento, a Filarmónica começará a trabalhar para a festa dos noventa e sete anos de existência, contudo, e enquanto esperávamos na sala da sede da “associação”, deparámo-nos com um calendário já repleto de eventos, para este ano, em quase todos os meses. “Estamos sempre com muita atividade e isso apraz-nos muito”, declarou o dirigente, que também é maestro da Banda, constituída por quarenta e sete músicos, “muitos deles provenientes da Escola de Música, onde atualmente temos trinta alunos”.

Mas nem tudo são rosas para a Filarmónica da Pampilhosa. “Os contratos que fazemos são cada vez mais baixos e as despesas são fixas e acrescidas como acontece quando falamos de uma renovação dos instrumentos, muitos deles com mais de vinte anos”, lamenta Daniel Vieira, que aproveita para enaltecer “a ajuda financeira da Câmara da Mealhada e da Junta de Freguesia da Pampilhosa”, como aliás aconteceu, na semana passada, com a autarquia mealhadense a deliberar um apoio de 7.500 euros. “Também nos candidatámos a um apoio da Direção Regional de Cultura do Centro e se for aceite reavemos o dinheiro do IVA que pagámos dos instrumentos”, disse ainda o também Maestro da Banda.

Por outro lado, garante o dirigente “a questão das festas religiosas está a ser trabalhada”. “Nesta zona do país as populações não estão a colaborar com este tipo de associações. Contratam grupos mais pequenos e mais baratos em relação às Filarmónicas. Temos que tentar também participar em outros conceitos que não sejam somente religiosos”, acrescentou Daniel Vieira.

Mas os entraves que vão aparecendo, não demovem Daniel Vieira de se candidatar a presidente nas próximas eleições, “mantendo praticamente a mesma equipa”, e acumulando este cargo com mais dois: o de cordenador da Escola de Música e Maestro da Banda. “Neste mandato conseguimos participar em mais festas (em 2016, participaram em trinta e um eventos), aumentar o valor do prémio dado aos músicos em cada participação e a banda está a trabalhar bem, portanto, acho que demos provas do bom trabalho”, declarou ainda o dirigente, músico na Filarmónica há vinte e seis anos.

E se a equipa for eleita, Daniel Vieira já sabe para onde canalizar esforços. “Temos que nos virar para a manutenção da sede. O telhado tem amianto e temos que tirá-lo. Para além disso, gostaríamos de construir instalações sanitárias no piso de cima, onde se situa o Salão dos espetáculos”, concluiu o presidente da direção, que também pretende “fazer uma ação de formação, talvez na altura da Páscoa, com um maestro de renome e, assim, juntar músicos das Filarmónicas da zona”.