O espumante Pedra Só – Super Reserva Bairrada, do produtor Idálio de Oliveira Estanislau, foi o vencedor da Grande Medalha de Ouro do Concurso de Vinhos e Espumantes 2025 da Comissão Vitivinícola da Bairrada. A cerimónia realizou-se em Luso, no concelho da Mealhada, e foi apadrinhada pelo ministro da Agricultura e Mar, José Manuel Fernandes, que destacou o facto do superavit no setor ter atingido o valor máximo, de cerca de 800 milhões de euros, em 2024. «E vamos voltar a fazer história, porque de janeiro a agosto deste ano, Portugal exportou 230 milhões de litros de vinho, o que já representa um retorno de 610 milhões de euros», disse.
A concurso foram mais de três dezenas de vinhos, numa avaliação feita dois dias antes da Gala. À Grande Medalha de Ouro juntam-se: Pé de Ganso – DO Bairrada / Reserva 2021, da Sociedade Agrícola Quatro Cravos, como melhor vinho branco; Marquês de Marialva – DO Bairrada / Reserva 2015, da Adega Cooperativa de Cantanhede, como melhor vinho tinto; Montanha Real Bruto – Grande Reserva 2018, das Caves Montanha, é o melhor espumante baga Bairrada; Quinta Mata Fidalga / Blush 20024 – DO Bairrada, da Quinta Mata Fidalga, é o melhor vinho rosé; Pedra Só bruto 2021 extra reserva, de Idálio de Oliveira Estanislau, arrecadou o prémio de melhor vinho espumante; e o Vinho das Penicas Reserva Beira Atlântico 2021, de Alberto Costa de Almeida, o melhor vinho Terras de Sicó.
Pedro Soares, presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, referiu ser este «um momento de celebração e de reconhecimento a todos aqueles que contribuem para esta região vitivinícola». «A produção de uvas é o verdadeiro desígnio de uma região demarcada», disse, sublinhando três aspetos importantes para o setor: «Conhecimento, se queremos valorizar o produto, temos de gerar conhecimento; fiscalização porque precisamos distinguir de forma clara os produtos nacionais daqueles que vêm de fora; e cooperação pois só com cooperação e escala podemos majorar os vinhos nacionais».
As primeiras palavras do presidente da Câmara da Mealhada, António Jorge Franco, foram de reconhecimento aos vitivinicultores que, «com resiliência e paixão, mantêm viva esta tradição, enfrentando desafios diários, como o clima e as exigências do mercado, mas nunca desistindo de produzir com alma e com rigor. Este setor é um pilar fundamental da economia da Bairrada, gerando emprego, dinamizando o turismo, valorizando o território e contribuindo para a fixação das populações. Apostar na vinha e no vinho é apostar na sustentabilidade económica e ambiental do território». E, por isso, o autarca aproveitou a presença do ministro da Agricultura «para reforçar a necessidade de mais apoio aos produtores, que enfrentam um tempo exigente, marcado pelas alterações climáticas, pelos custos de produção e pela necessidade de inovação e modernização».
Palavras corroboradas pelo próprio José Manuel Fernandes que falou na importância de autarcas, CIM’s e CCDR’s «perceberem que vinho é inovação, emprego, coesão, juventude, competitividade, conhecimento, investigação e tradição». E que é também «convívio, turismo e um modo de vida. É importante que os programas regionais nunca se esqueçam disto». O ministro da Agricultura e Mar falou em algumas medidas do Governo, implementadas nos últimos anos: «Há um grande esforço na fiscalização; avançamos para a rotulagem para que as pessoas saibam o que estão a consumir; no PEPAC apoiamos com medidas as adegas em 21 milhões de euros; e na promoção abrimos concurso de 22 milhões de euros, só tendo sido utilizados 12, numa altura em que a internacionalização é absolutamente essencial».
Polo de Inovação de Espumantes sem novidades
O Polo de Inovação de Espumantes em Anadia não foi esquecido no discurso do ministro da Agricultura e Mar. «Terá o nosso apoio, a começar na verificação de propriedade e desejando que os processos sejam céleres porque é na simplificação que também estamos a trabalhar», disse, enfatizando que «mais do que a infraestrutura, do polo em si, as pessoas e as candidaturas aos programas são muito importantes».
«Precisamos de outros tipos de investigação, nomeadamente na medicação para plantas, para que as pragas possam ser tratadas, a preços acessíveis», rematou.
Homenagem a Maria Teresa Cardoso
A cerimónia contou ainda com uma homenagem, por parte da Comissão Vitivinícola da Bairrada, a Maria Teresa Cardoso, que foi presidente da Câmara de Anadia nos últimos três mandatos autárquicos. «Esteve sempre disponível para a promoção da região, dando apoio de forma regular e consistente, sempre com base na chancela Bairrada», destacou José Pedro Soares, da Comissão.

«Teve sempre um telefonema ou um gesto com os produtores da região, nomeadamente na luta (contra os malefícios) do traçado da linha da alta velocidade», continuou o presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, recordando que «muitas vezes na sombra, foram vários os quilómetros que fizemos juntos, procurando que a região fosse reconhecida e procurada».
Mónica Sofia Lopes

























