Manuel Castro Almeida, Ministro da Economia e da Coesão Territorial, inaugurou, ontem, o Alojamento Estudantil e a Escola da Bairrada, ambos na cidade de Anadia. Antes das inaugurações, a comitiva visitou a ampliação da Zona Industrial de Amoreira da Gândara, num total de investimentos que rondou os seis milhões e 300 mil euros. «Hoje é, sem dúvida, um dia feliz para Anadia», confessou Maria Teresa Cardoso, presidente da Câmara Municipal.
Apoiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, no âmbito do Programa Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, através de contrato celebrado com a Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação, o Alojamento Estudantil teve um investimento superior a dois milhões de euros. A infraestrutura dispõe de 56 camas e, segundo a autarca, «tem como objetivo responder às necessidades de alojamento de estudantes integrados em ciclos de licenciatura, mestrado e doutoramento».
A intervenção consistiu na requalificação da antiga Escola Secundária de Anadia – outrora colégio nacional -, com obras de adaptação dos primeiro e segundo andares do edifício, bem como nas instalações anexas destinadas a serviços. «Para além dos quartos devidamente equipados, o investimento contemplou preocupações com a eficiência energética e a sustentabilidade ambiental, incluindo espaços para refeições, estudo e lazer, lavandaria, área de “coworking” e zonas exteriores de convívio. Nas imediações será instalado um ponto de carregamento rápido para veículos elétricos e uma estação de parqueamento de bicicletas», explicou a edil, acrescentando que «a infraestrutura permitirá disponibilizar alojamentos a custos mais acessíveis, destinando-se a alunos bolseiros deslocados, estudantes nacionais e estrangeiros, bem como a investigadores, docentes e não docentes de instituições de ensino superior em mobilidade nacional ou internacional, nomeadamente das Universidades de Aveiro e de Coimbra».
Já sobre a Escola da Bairrada – que se situa nos rés-do-chão da antiga Escola Secundária -, Maria Teresa Cardoso recordou que resulta de um protocolo entre os Municípios de Anadia e da Mealhada com o Instituto Politécnico de Coimbra, «cujo objetivo é implementar um polo descentralizado de ensino superior na região». Um investimento municipal na ordem dos 250 mil euros, «uma vez que anteriormente já tínhamos feito melhoramentos no edifício», destacou a autarca.
A oferta formativa inclui, neste primeiro momento, Cursos Técnicos Superiores Profissionais em Redes e Sistemas Informáticos e em Vitivinicultura Sustentável (com inscrições para o próximo ano letivo já abertas), mas conta também com microcredenciações, por exemplo, em Marketing Digital, Gaming e E-sports, Auditorias ao Sistema de Gestão da Qualidade e Poda de Inverno em Videiras. Há ainda uma pós-graduação em Cadastro Predial.
«O Município congratula-se por devolver à cidade este edifício requalificado, um espaço carregado de memórias, onde tantas histórias se cruzaram. Fica hoje a prova de que Anadia tem o direito, a legitimidade e a ambição de sonhar, concretizar, construir e de querer sempre mais», rematou a presidente da Autarquia de Anadia.
O Ministro da Economia e da Coesão Territorial admitiu satisfação «em presenciar o trabalho de uma presidente dinâmica, competente, empreendedora e inconformada». «Tem a minha admiração pela forma discreta, mas muito empenhada como se atira na resolução dos problemas do concelho. A política é isto: capacidade de fazer escolhas, certas, e de as concretizar. Anadia lançou-se em investimentos sem saber se teria apoios. Fez os investimentos necessários e não aqueles onde podia ir buscar fundos», enalteceu.
Zona Industrial da Amoreira da Gândara cresceu 36 hectares e criou 17 novos lotes
A visita contemplou também a ampliação da Zona Industrial da Amoreira da Gândara, com a criação de uma nova área de 36 hectares, permitindo a disponibilização de 17 novos lotes. Tratou-se de um investimento superior a quatro milhões de euros e que incluiu a aquisição de terrenos por parte da Autarquia.
Neste ponto, a presidente da Câmara de Anadia lamentou «as exigências decorrentes do ordenamento do território que obrigam a interagir com diversas entidades para obtenção de desafetações, pareceres e aprovações, o que frequentemente prolonga os prazos de execução de forma desproporcionada». «Este tempo não se coaduna com a urgência dos investidores e já nos fez perder boas oportunidades de instalação empresarial», disse ainda, voltando a focar o tema das acessibilidades. «Temos hoje uma zona industrial localizada mesmo ao lado da Autoestrada 1, à qual Anadia continua sem acesso direto, apesar de o reivindicar há décadas», acrescentando que essa pretensão, partilhada com o Município de Oliveira do Bairro, beneficiaria outras zonas industriais situadas a cinco, oito e a dez quilómetros de distância da A1. «Esta ligação é urgente e estratégica para a competitividade dos nossos territórios», rematou.
O Ministro da Economia e da Coesão Territorial congratulou o investimento nas zonas industriais do concelho, defendendo que «é bom uma terra ter sempre uma bolsa de lotes disponíveis e a preços razoáveis». «Não sei o dia em que vai ser construído o nó da A1, mas que vai, vai. Está na restrita lista dos nós em negociação com os concessionários. Julgo que vamos ver obra na legislatura que decorre», disse, garantindo, por outro lado, que o Governo «está a fazer “guerra” à burocracia. Há quinze dias eliminamos seis documentos que eram obrigatórios nas candidaturas aos fundos comunitários, documentos esses que o Estado já tinha, mas que obrigatoriamente os pedia».
Mónica Sofia Lopes





























