O executivo municipal da Mealhada aprovou, por unanimidade, na última reunião de Câmara, o encerramento do processo que classifica o «Chalet Suisso», na vila da Pampilhosa, como Património de Interesse Municipal. A obra, e segundo António Jorge Franco, presidente da Autarquia da Mealhada, «brevemente estará ao serviço do turismo e da população».

Os argumentos para a classificação como Património de Interesse Municipal, processo agora concluído, prendem-se com o valor histórico, nomeadamente a ligação ao desenvolvimento ferroviário e turístico da Pampilhosa e presença da família real, o valor arquitetónico, a importância cultural e o impacto urbanístico e o seu impacto no reforço da identidade local.

«Contíguo e virado para a estação ferroviária, o “Chalet Suisso” mostra-se num estilo raro na região, de arquitetura residencial que combina influências suíças e portuguesas – de telhado inclinado, lambrequins de madeira e com barro vermelho da região nas fachadas, portas e janelas. Paul Bergamin, imigrante suíço que marcou a dinâmica hoteleira nacional entre o último quartel do século XIX e o primeiro quartel do século XX, mandou-o construir em 1886, aproveitando o potencial criado pela existência do caminho-de-ferro no entroncamento entre a linha do Norte e a linha da Beira Alta e a dinâmica fabril instalada com a sucursal da fábrica das “Devezas”», lê-se num comunicado municipal, que acrescenta que «a casa foi local de hospedagem de figuras ilustres da nação, como D. Carlos, D. Manuel II e o Infante D. Afonso». «É um edifício histórico que muito diz ao concelho e à região», enfatizou António Jorge Franco, na última reunião do executivo, sobre uma obra que, já no final do ano passado, admitia «ser muito complexa».

Recordamos que «o “Chalet Suisso” tem quatro pisos: cave, constituída por armazéns, adega e arrumos; primeiro piso, com hospedaria, cozinha, sala de jantar e o quarto n.º 11, utilizado pela família real; segundo piso, onde existe o Salão nobre, decorado com pinturas murais de paisagens alpinas, tetos estucados e brasões helvéticos, e o terceiro piso, com águas furtadas, destinadas ao pessoal e apoio aos serviços do hotel. Os elementos distintivos incluem um grande janelão no andar superior e um relógio na fachada».

O imóvel foi adquirido, em 2017, pela Câmara da Mealhada, por 349.500 euros, tendo a obra de recuperação sido adjudicada em dezembro de 2021, por cerca de dois milhões de euros. A sua conclusão estava prevista para maio passado.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Fotografia de Arquivo com Direitos Reservados