O Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada de 2025 terminou com um resultado final positivo de 12.500 euros. O relatório de atividades e contas, referente ao período de 26 de dezembro de 2024 a 31 de maio de 2025, que ficará disponível no Arquivo Municipal da Mealhada a partir da próxima semana, foi aprovado, com apenas uma abstenção por parte de um elemento da atual direção.
No relatório pode ler-se que o resultado final do Carnaval da Mealhada de 2025, que engloba um conjunto de iniciativas – Carnaval Trapalhão, Carnaval de Palmo e Meio e os três corsos luso brasileiros – , terminou com um saldo positivo no valor de 12.511,57 euros, tendo tido uma despesa de 138.902,63 euros e uma receita de 151.414,20 euros, sendo que a bilheteira referente aos três corsos contabilizou 110.216 euros, com o melhor dia a acontecer na terça-feira de Carnaval, com quase 43 mil euros de caixa. Já do lado dos gastos, as principais despesas foram ao nível da segurança e meios de proteção civil (cerca de 21 mil euros), licenças (14 mil euros), logística no recinto e desfile (43.500 euros), imagem e comunicação (17.500 euros) reis (12 mil euros) e tenda com os bares (12.400 euros).
Victor Ferreira, presidente da direção da Associação do Carnaval da Bairrada, começou por apontar como ponto positivo «o facto de terem sido realizados três desfiles», recordando, contudo, que a eleição da sua equipa aconteceu a 26 de dezembro de 2024. «A nossa primeira reunião foi a 6 de janeiro e a 28 de fevereiro tínhamos o Carnaval “na rua”, o que significa que este grupo de pessoas o organizou em 57 dias», destacou o dirigente, enaltecendo «o papel das quatro escolas de samba», para quem pediu «uma salva de palmas».
Márcio Freixo, tesoureiro da direção da ACB, explicou que «organizar um evento desta dimensão implica uma grande exigência económico-financeira, bem como a necessidade de garantir total transparência» e que, por isso, implementaram algumas medidas, nomeadamente, «a solicitação de orçamentos a várias entidades para prestação de serviços; informatização da bilheteira; recebimentos e pagamentos via conta bancária; e emissão de faturas para todas as receitas».
O elemento disse ainda que a falta de tempo não permitiu que outras medidas avançassem, nomeadamente, «a elaboração de cadernos de encargos para áreas como segurança, feirantes, exploração de bares, comunicação, entre outras; e solicitação de, pelo menos, dois a três orçamentos por serviço com base nos respetivos cadernos de encargos».
No parecer do conselho fiscal, que recomendou a aprovação do documento, pode ler que «a direção demonstrou uma gestão criteriosa dos recursos disponíveis, não se tendo identificado qualquer irregularidade» e que «a informação apresentada permite uma leitura clara e transparente da movimentação financeira da Associação no período em causa», sendo «os registos de receitas e despesas acompanhados dos respetivos comprovativos».
O relatório de atividades e contas, que foi por diversas vezes elogiado pelos sócios durante a assembleia, foi aprovado, por maioria, com a abstenção de um elemento da direção da ACB. «A partir da próxima semana toda a documentação estará disponível no Arquivo Municipal da Mealhada», disse ainda Márcio Freixo.
A sessão começou com um minuto de silêncio em memória de Fernando Saldanha, antigo presidente da ACB.
Caberá à direção a admissão de novos sócios
Durante a assembleia foi votada a medida que estabelece poderes, à direção, para a admissão de novos sócios, tendo sido aprovada por unanimidade.
«Nos atuais estatutos é omisso quem aprova a admissão de novos associados e nós sugerimos que esse poder seja dado à direção, tendo em conta que somente se realizam duas ou três assembleias gerais por ano», referiu o presidente da direção, explicando que, ao nível da quotização, «quem for sócio de escolas de samba, com quotas regularizadas, não paga quotas à ACB e tem de mostrar interesse em ser sócio da associação». «Quem não for sócio de nenhuma escola de samba e quiser sê-lo da ACB, paga uma quota mínima anual de 5,22 euros, o referente a 0,6% do ordenado mínimo nacional», explicou o dirigente.
No ponto de outros assuntos, Victor Ferreira deixou no ar que alguns elementos tenham intenção de se demitir do mandato por questões pessoais e profissionais, sugerindo eleições antecipadas para a próxima semana. João Paulo Veiga, presidente da mesa da assembleia-geral, comprometeu-se «a marcar eleições, no momento em que me forem apresentadas as demissões», recordando que «o mandato é de três anos» e que «a demissão de uma ou duas pessoas» não é obrigatoriamente sinónimo de realização de um novo ato eleitoral.
Márcio Freixo alertou para o facto de haver eventos «que precisam de ser trabalhados». «Espero que não haja demissões em agosto e eleições em setembro, com o Festival de Samba à porta», apelou.
Mónica Sofia Lopes