O executivo da Câmara da Mealhada aprovou, com o voto contra do socialista Rui Marqueiro, a reprogramação financeira da empreitada de «construção do novo edifício municipal», pelo facto da mesma estar atrasada, passando cerca de 400 mil euros de trabalhos para o ano de 2026. A obra, recorde-se, teve início em maio de 2022 e tinha uma previsão de término no ano de 2024.

«A obra está atrasada e sabemos que a mão de obra é curta», começou por dizer António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, explicando que, por isso, «as verbas não podem estar ali alocadas e precisamos de fazer uma reprogramação financeira», algo que diz ser «fundamental». «Queríamos as obras mais rápidas, mas há trabalhos imprevistos e um conjunto de problemas que têm de se resolver», acrescentou ainda o autarca, admitindo que «todos queríamos aquela obra pronta».

Palavras corroboradas por Filomena Pinheiro, vice-presidente da Autarquia, que avançou que «estão a ser lançadas muitas empreitadas» e que em contrapartida «a mão de obra é escassa».

O vereador da oposição, Rui Marqueiro considerou «“inarrável” o que se passa com esta obra». «O empreiteiro tem uma quantidade de trabalhos no valor de 400 mil euros, que passam para 2026, o que significa que a obra vai ficar com um atraso muito grande», disse, defendendo que «há limites para tudo». «Não devemos ser tão complacentes. Não compreendo isto», enfatizou.

O novo edifício, que se situa no centro da cidade, junto ao atual, irá ocupar uma área de cerca de quatro mil metros quadrados de construção, divididos em quatro pisos, do rés-do-chão ao terceiro andar.  Ao nível do rés-do-chão, sobressai uma praça coberta – e átrio – que acolherá o público e que permitirá, inclusive, a realização de alguns eventos. Também no rés-do-chão ficará situada a generalidade dos postos de atendimento ao público, facilitando o acesso dos munícipes aos diversos serviços. Pelos restantes pisos distribuem-se os serviços, numa lógica de «open space», salvaguardando a necessidade de gabinetes de trabalho. No último piso, situam-se os gabinetes do executivo camarário, bem como o Salão Nobre.

Ainda sobre o tema de obras, mas referente à empreitada de «requalificação do Centro de Saúde da Mealhada», António Jorge Franco deu conta da necessidade do lançamento de um novo concurso público, «uma vez que o primeiro veio deserto». «Procedemos a um aumento significativo, depois de uma consulta a algumas empresas e ser feita uma média. Vamos passar de um milhão e 800 mil euros para dois milhões e 200 mil euros. Vai ultrapassar o apoio do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência)», lamentou o edil, esperando que o aumento em cerca de 400 mil euros «possa trazer agora concorrentes ao concurso».

O procedimento de novo concurso público foi aprovado por unanimidade.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Fotografia de Louise Guimarães