A escola de samba Sócios da Mangueira conta em comemorar o próximo aniversário – 7 de dezembro – já «em casa», na Póvoa da Mealhada. A intenção foi manifestada depois de uma visita à obra dos antigos Lavadouros, local onde a associação teve a sua sede, durante anos, até um incêndio em agosto de 2020 ter destruído totalmente o espaço.

As obras para a reabilitação e ampliação do antigo lavadouro municipal da Póvoa da Mealhada estão no terreno, desde outubro de 2024, têm um investimento de 460.000,10 euros (mais IVA) e um prazo de execução de um ano. A empreitada inclui a recuperação do antigo edifício dos lavadouros, assim como a criação de raiz de um novo espaço contíguo, que vai potenciar o enquadramento entre o tradicional e a modernidade.

Na visita, muito solicitada pelos associados à Autarquia, a comitiva dos Sócios da Mangueira constatou a ampliação do espaço, face aquilo que existia antes do incêndio, com alargamento para um dos lados e a criação de um primeiro piso, inexistente antes da reabilitação, o que permitirá várias salas de ensaio e de trabalho, espaço para reuniões, hall de entrada, assim como um bar e espaço para pequenas refeições. Haverá ainda três instalações sanitárias, uma delas para pessoas com deficiência.

Uma das características da obra é na parte ampliada fazer-se a recriação dos tanques antigos com a devida inclinação. «A arquiteta – Eulália Baptista – esteve muito bem em preservar a história dos lavadouros», congratulou António Jorge Franco, presidente da Autarquia da Mealhada, afirmando ser esta «uma obra muito importante», que se aponta estar pronta «em novembro». «Nem sempre é fácil acelerar os processos, mas acho que depois de concluído vai valer a pena este projeto, que foi adjudicado já neste mandato», disse o autarca, acrescentando que «o espaço foi rentabilizado ao máximo, aumentando-se ainda, dentro da limitação que o terreno permitiu e daquilo que a associação priorizou como sendo as suas necessidades».

«Vai ser um sonho voltarmos a estar nesta “casa”. Estamos agradados e entusiasmados com aquilo que vimos, pois com este aumento das instalações vamos, finalmente, ter condições para fazer o nosso trabalho de costura, de ensaios, de dança, etc. Aqui teremos espaços específicos para todo o trabalho de uma escola de samba, mas também para o lazer», referiu, ao nosso jornal, Pedro Castela, presidente da direção dos Sócios da Mangueira, acrescentando que esta visita «foi muito solicitada à Autarquia». «Queríamos muito ver como a obra estava a decorrer e agora ansiamos pelo dia feliz do regresso a “casa”», rematou.

Recordamos que os Sócios da Mangueira, depois do incêndio nas instalações, em agosto de 2020, ao que tudo indica com origem num curto-circuito, têm trabalhado os dois últimos carnavais no Pavilhão de Ventosa do Bairro, onde se instalaram provisoriamente.

 

Mónica Sofia Lopes