“Quem eu disse que eu não podia voar?” foi o mote do projeto que possibilitou a nove utilizadores da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) em Anadia de realizar uma viagem à ilha da Madeira. “Esta experiência permitiu consubstanciar os princípios da participação e inclusão por via da cultura e, desta forma, contribuir para a construção de uma ‘Sociedade para Todos’”, explicou, ao «Bairrada Informação», Ana Luís, técnica na instituição.

“Batismo” de voo de avião, viagem de teleférico até ao Monte e descida das ruas do Funchal, em viaturas de cestos de vime, foram muitas das experiências realizadas durante os quatro dias “de passeio, cultura, diversão, aprendizagem e experiências novas e únicas”.

De Anadia, os nove utilizadores “saltaram” para localidades como São Vicente, Porto Moniz, Câmara de Lobos, Pico do Areeiro, Camacha, Madalena do Mar, Cabo Girão, Santana, Porta do Sol e Ribeira Brava. “Provámos todas as especialidades, nomeadamente, peixe espada, atum, espetada, bolo do caco, milho frito e bananas da madeira”, contou-nos ainda Ana Luís.

“Foi bonito! Passeámos, conhecemos muitas terras e comemos coisas boas, mas do que mais gostei foi andar de avião” e “gostei muito de tudo, dos cestos, do teleférico, do avião. Andar de carrinha e correr aquilo tudo!Comi espetadas e peixe” são algumas das opiniões dos participantes nesta viagem.

Um passeio que teve início, no ano passado, com a primeira edição do projeto a visitar a Ilha de São Miguel, nos Açores. “Este ano decidimos levar outro grupo de clientes que ainda não tinha experienciado, bem como escolhemos um destino nacional diferente”, referiu a técnica da APPACDM de Anadia, com quem falámos, enaltecendo o facto de serem “momentos e experiências únicas que superam as expectativas e se manifestam num sentimento de plena felicidade para os clientes que nelas participam”.

O projeto foi co-financiado pelo Instituto Nacional para a Reabilitação.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

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