Os elementos da bancada municipal eleitos pelos diversos partidos e independentes que compuseram a coligação autárquica Juntos Pelo Concelho da Mealhada, analisaram os Documentos Previsionais para 2017, submetidos a votação na Assembleia Municipal de Mealhada, de 29 de dezembro de 2016, não encontrando uma razão significante para validá-los com o seu voto favorável.
Durante todo o mandato vigente, ainda que declarando uma visão e uma estratégia diferentes para as oito freguesias do concelho, cooperámos com o executivo, neste órgão
e em todos aqueles em que temos assento no concelho.
Na expectativa de ver refletida, num dos quatro anos de mandato, uma estratégia de desenvolvimento concelhio que defenda os interesses das pessoas e das instituições, dos seus projetos pessoais e também dos institucionais, sem falsas dependências do poder político, fizemo-lo no mais estreito espírito de cooperação e de compromisso entre a estabilidade política concelhia e uma atenção a alguns detalhes para os quais fomos alertando.
Hoje, esgotado o tempo que o executivo teve para projetar e fazer o correto pelo concelho, torna-se impossível agir da mesma forma, por ser absolutamente indisfarçável a falta de agenda estratégica e de desenvolvimento a que este executivo municipal entregou o concelho e as vidas das pessoas.
Este orçamento centra-se na gestão corrente e de conservação do património municipal, relevante por sinal, mas obrigatória, e por outro lado assenta em obras cuja agenda é moldada exclusivamente pelo acesso a fundos comunitários.
Torna claro que a agenda de investimento é aquela que vem ditada pelo exterior do território e não a assumida por uma política estratégica de desenvolvimento concelhio, principalmente nos domínios social e económico.
É marca deste mandato socialista o castigo aos que, mesmo internamente, divergiram da posição dominante do regime. Isso identifica-se bem na ausência de investimento nalgumas freguesias, nalgumas instituições e nalguns sectores, colocando-os numa situação de desequilíbrio, que só dá visibilidade ao ciclo eleitoral autárquico de 2017 e que privilegia festa, inaugurações e obras apressadas a coincidir com uma agenda de campanha que já é notória nos últimos seis meses.
Por subscreverem esta análise, todos os elementos desta bancada optaram por alertar para o retrocesso que uma política festivaleira, cansada e esgotada de soluções para o futuro de crianças, jovens, adultos e idosos. Nestes documentos para 2017 nenhum destes grupos mereceu uma linha que oriente o seu futuro e a sua permanência num concelho onde nasceram ou que escolheram para a vida.
Marcando uma posição de liberdade de voto, assume cada um dos elementos subscrever esta posição e esta análise, tomando como uno o alerta e a completa divergência face à ausência de uma agenda concelhia transversal, clara e defensora dos interesses das pessoas e das instituições.
Fonte: Coligação “Juntos pelo Concelho de Mealhada”
Fotografia de Ana Jesus Ribeiro | CAPhoto Formação