O Cineteatro Messias, na Mealhada, foi palco da Gala de comemoração do vigésimo aniversário da Secção de Ballet do Hóquei Clube da Mealhada, que se realizou na noite do passado sábado, 23 de outubro. Ao longo de mais de uma hora dezenas de bailarinas(os) subiram ao palco e prestaram homenagem aos maiores sucessos das últimas duas décadas.

«Tudo começou com a vontade da minha filha Ana Teresa, à data com três anos, em ter aulas de ballet, modalidade que a mãe também já tinha praticado», começou por explicar Ana Mónica Oliveira, mentora do ballet na Mealhada há vinte anos, recordando que, por sugestão do marido, contactou o HCM na pessoa de Luís Neves, recentemente falecido vítima de doença. «É impossível contar esta história sem o papel fundamental e insubstituível do Luís que acreditou sempre que este sonho era possível. Ele foi o coração deste projeto», enfatizou Ana Mónica Oliveira, destacando a prestação primordial de muitas outras pessoas, nomeadamente do dirigente José Vigário.

Nos primeiros espetáculos improvisados, a Academia de Dança do HCM juntou vários artistas, «uma vez que o número de alunos e de coreografias» não era suficiente para apresentarem, sozinhos, enquanto secção. Tempos idos, que cresceram com a participação em espetáculos no Gil Vicente, em Coimbra, levando «a nossa escola a outro patamar». «Hoje somos tutelados pela “Royal Academy of Dance” do qual fazem parte professoras internacionais», acrescentou ainda Ana Mónica Oliveira, destacando o papel das professoras de ballet na Mealhada: Filipa Martins, Catarina Lemos e atualmente Catarina Gomes.

O espetáculo, que contou com casa cheia, foi gratuito, contudo, a secção de Ballet do HCM, atualmente com oitenta alunas(os), aproveitou o momento para recolher donativos com a finalidade de contribuírem para «a compra do desejado linóleo – tapete de dança – tão importante para continuarmos a fazer o nosso trabalho», referiu Palmira Taborda, vice-presidente da direção do HCM.

As palavras de emoção da dirigente tiveram vários sentidos, nomeadamente, «o dos alunos “mais velhos” que ensaiaram fora de horas, abdicando do descanso e lazer; e aos ex-alunos que aceitaram o desafio e proporcionaram voltar a ver-vos dançar». «Ao senhor Carlos Teixeira, que nos facultou todos os registos em vídeo, e às Escolíadas Glicínias Plaza pela produção incrível que tornou este evento único, o nosso obrigada», agradeceu Palmira Taborda, recordando «as entidades empresariais – SunEnergy e Cértoma – que patrocinaram um sistema de circulação de ar, essencial em contexto pandémico para a continuação das aulas presenciais».

Em representação da Câmara da Mealhada esteve o vereador Hugo Silva que elogiou o momento: «Foi maravilhoso assistir convosco a esta história com vinte anos. Vocês são a prova de que boas parcerias dão excelentes resultados».

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Fotografias de José Moura

Vídeos de Marichka Dzhochka e Mónica Sofia Lopes