A Câmara Municipal da Mealhada aprovou, na reunião do executivo desta segunda-feira, dia 17, uma proposta da Junta de Freguesia de Pampilhosa para a atribuição do nome de Carlos Cabral ao Jardim Público daquela freguesia. José Calhoa, eleito pelo Partido Socialista, absteve-se na votação da proposta, considerando a homenagem «singela» e defendendo que a pessoa em questão «tinha aversão a inaugurações e placas».
O antigo presidente de Câmara e atual presidente da Assembleia Municipal, Carlos Cabral, verá o seu nome perpetuado no Jardim Público de Pampilhosa, no seguimento de uma proposta da Junta de Freguesia, por forma a homenagear esta figura concelhia pela sua longevidade na causa pública.
A proposta, aprovada por maioria, mereceu «louvor» por parte do presidente da Câmara, António Jorge Franco, que de imediato disse subscrever a mesma, uma vez que o homenageado «é alguém que fez muito pelo desenvolvimento do nosso concelho e é uma pessoa com uma longevidade enorme ao serviço público». «As pessoas devem ser reconhecidas – e se possível em vida – pela dedicação à causa pública, tão longa neste caso desde 1975 a fazer o máximo pelo desenvolvimento do nosso concelho», sustentou o autarca, enfatizando ainda: «Achei a ideia extraordinária».
Da oposição, José Calhoa referiu não se sentir «confortável em votar esta proposta. Conheço a pessoa, trabalhei com ela e acho a homenagem muito singela. Para além disso, todos aqui sabemos a aversão que tinha a inaugurações e placas. Nem sei se concorda com isto…».
Hugo Silva, vereador na Autarquia, destacou o facto de se «honrar e homenagear as pessoas em vida. Independentemente de concordarmos ou não com as políticas, o que está em causa é a entrega à causa pública». Respondendo diretamente ao vereador da oposição, o autarca defendeu que «é o momento de o contrariarmos um bocadinho e levar a cabo aquilo que a democracia decide».
Declaração que levou também António Jorge Franco a afirmar que «Carlos Cabral tem o direito de não concordar, mas deverá aceitar por respeito a todos os que querem o seu bem. Acredito que se sentirá orgulhoso».
No mesmo sentido, a vice-presidente da Câmara, Filomena Pinheiro, afirmou «concordar com a proposta da Junta e aceitar se (Carlos Cabral) não quiser emprestar o seu nome», enquanto o vereador Ricardo Santos considerou «mais do que justa esta homenagem».
A atribuição oficial do novo nome para o Jardim de Pampilhosa será um dos momentos das comemorações do 39.º aniversário da elevação de Pampilhosa a vila, a ter lugar no próximo dia 9 de julho.
O executivo aprovou ainda, por maioria, com abstenção de Hugo Silva, o pedido de reembolso de despesas com honorários a Arminda Martins e Guilherme Duarte, no âmbito de um processo judicial, que envolveu o executivo anterior. «Vêm solicitar os valores das custas – honorários de 7.500 euros acrescidos de IVA cada um – que estiveram envolvidos para a sua defesa», explicou António Jorge Franco, acrescentando que «a lei diz que sendo arquivado e não havendo condenação, têm todo o direito de ter este apoio financeiro, até porque não foram estas pessoas que colocaram alguém em Tribunal, foi o contrário».
Hugo Silva justificou a abstenção, pelo facto de admitir que «brevemente irá também trazer à reunião um pedido semelhante. Por uma questão de lisura vou abster-me para não condicionar a votação do meu processo».
Mónica Sofia Lopes