A Câmara da Mealhada vai assinalar esta quinta-feira, 9 de maio, o Dia do Município, com uma homenagem aos trabalhadores que cumprem, este ano, entre 25 e 30 anos de serviço. A cerimónia, com alguns momentos culturais e que junta convidados e diversas entidades, está marcada para às 10h00, no Cineteatro Messias.

«É um dia de festa na nossa região e de grande solenidade e, por isso, acreditamos que é o dia certo para agradecer e reconhecer, publicamente, aos nossos trabalhadores os muitos anos ao serviço da comunidade», sublinha António Jorge Franco, presidente da Autarquia, enfatizando que «nunca se pode esquecer que o que tem sido feito neste concelho se deve também aos funcionários municipais. É importante quem faz a gestão, lidera e cria estratégias, mas o valor de quem executa é sempre de enaltecer».

O presidente da Autarquia da Mealhada defende que «as melhores técnicas e ideias só aparecem com equipas motivadas», lamentando, contudo, que «a burocracia em demasia» crie um clima de desconfiança, «não só com o político, mas também com os funcionários municipais». «É muito papel e exigência e é uma crítica que faço ao sistema», diz, exemplificando: «Para se pavimentar uma estrada, totalmente degradada com mais de 80 anos, se lá passar uma reserva agrícola temos que informar as entidades para se pronunciarem e, na minha opinião, estes exageros não ajudam o trabalho diário dos departamentos municipais e até criam mesmo desânimos».

«Arrumar a casa» foi das primeiras medidas a tomar, quando chegou à liderança da Autarquia: «Com pequenas mudanças, que ainda continuamos a fazer, vamos ajustando em benefício dos funcionários e do nosso território». «Faço questão, aliás, de ir sempre dizendo que dentro deste edifício estamos todos ao serviço e em representação dos munícipes e, por isso, devemos ter orgulho em tudo aquilo que fazemos em prol de um bom território, para que quem viva fique agradecido, para que quem venha, queira cá ficar», diz o autarca, pedindo, nesta data comemorativa, que sejam os próprios munícipes «a alertar para problemas que existam, ajudando a construir um território mais bonito e atrativo». «O grande objetivo é que sejam aqui felizes e tenham gosto de cá viver», sublinha.

 

«Descentralização é benéfica para a população, um problema para a gestão diária»

Nas dificuldades maiores, estão as recentes descentralizações de competências, nomeadamente Educação, Saúde e Ação Social, que o autarca afirma «serem um benefício para a população, que tem agora uma resposta muito mais célere, um problema para a gestão diária». «Em primeiro lugar, as verbas não são suficientes para a resposta que temos que dar; depois há um compromisso para cumprir perante a comunidade, definido com várias tarefas, aos quais agora ainda acrescem estas áreas. Faz-se uma grande ginástica diária para dar resposta», explica o edil, afiançando que, neste momento, o trabalho das Autarquias passa muito «por reagir e resolver problemas».

A Mealhada foi pioneira, há vários anos, com o contrato interadministrativo na área da Educação, o que, diz o presidente da Câmara da Mealhada, em vez de ser benéfico, acabou por ser a área que «mais transtorno causou» na descentralização de competências. «Nós tínhamos muito mais responsabilidades, que agora passaram para o Ministério da Educação e isto levou a que o Agrupamento de Escolas – o da Mealhada e outros na mesma situação – passou a ter mais responsabilidades e o processo não terá sido bem explicado. Neste setor, a mudança foi complexa. Por exemplo, a parte informática era nossa, com a descentralização passou para o Agrupamento», referiu o edil, acrescentando que bem diferente aconteceu com a Saúde: «Um processo mais fácil em que tem havido compreensão dos polos de saúde, até porque antecipadamente houve um acordo, tempo para o diálogo, o que leva a uma boa coordenação».

Neste setor haverá um investimento de cerca de 2,5 milhões de euros para remodelar quatro unidades de saúde do concelho. As intervenções vão ocorrer no Centro de Saúde da Mealhada, e nas Extensões de Saúde da Pampilhosa, da Vacariça e do Luso. Os trabalhos incidirão sobre a melhoria de condições para os funcionários e utentes, acessibilidades e eficiência energética. Na Vacariça, está prevista a mudança de local, passando a funcionar na antiga escola primária, depois de remodelada para o fim a que se destina.

 

Mónica Sofia Lopes