O segundo encontro gastronómico da marca «4 Maravilhas da Mesa da Mealhada» aconteceu, na noite da passada quinta-feira, dia 18 de abril, no restaurante Típico da Bairrada, um espaço nas «mãos» da família Flores desde 1980. A acompanhar os diversos pratos estiveram os vinhos, mas também a explicação de cada um por parte de representantes das Caves Messias, António Selas e de um jovem produtor que, garantiu, ter sido neste restaurante, que as portas lhe foram abertas, para comercialização do seu produto.

A ideia é juntar os aderentes das «4 Maravilhas», numa lógica de confraternização, em que cada um traz convidados, que poderão degustar outras iguarias de especialidade de cada restaurante, para além do leitão. «Um dos grandes objetivos é efetivamente conhecermo-nos uns aos outros», começou por dizer António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, defendendo que «estes momentos são importantes para todos nós, onde através da amizade que firmamos, criamos condições para trabalhar». «Quando este projeto nasceu, tinha o objetivo de unir através de uma marca forte ligada à gastronomia. Não há lugar nenhum em que eu vá, que associado ao nome Mealhada não se fale no leitão e também nos vinhos Bairrada que estão na moda e com cada vez mais qualidade», continuou o autarca, enfatizando que «a Mealhada é claramente um destino turístico e gastronómico».

E, em cima da mesa, a acompanhar as entradas – onde sobressaiu a pizza de leitão -, o «bacalhau à Típico» e as bochechas de porco, estiveram o espumante Messias «Millésime Bruto 2020», vinho branco «Da Mina» de 2021 de Tozé Carvalho e o vinho tinto da grande reserva de 2015 «Milheiro Selas».

Gonçalo Louzada, em representação das Caves Messias, começou por parabenizar «o mentor da criação das “4 Maravilhas”», o atual presidente da Autarquia, que, em 2007, altura do nascimento da marca era vereador na Autarquia, num executivo liderado pelo socialista Carlos Cabral. Já sobre o vinho – com as castas Baga, Bical, Chardonnay – Gonçalo Louzada falou na produção de 40 mil garrafas «que estão já a terminar». «Para nós, Caves Messias, a parte mais importante é na vinha e todo o nosso espumante é feito no concelho da Mealhada, na Quinta do Valdoeiro».

O jovem produtor Tozé Carvalho falou no seu projeto, com dois hectares e meio, situado no Luso perto da serra do Bussaco, referindo que «a vinha não está toda em produção». «Estamos a falar de algo de pequena dimensão, mas onde importa referir que uma das primeiras casas que tive abertas foi precisamente a do “Típico” e isso impulsionou-me bastante», declarou, explicando que o seu vinho branco de arinto nasce de uma plantação «100% em xisto, com fermentação e estágio em barrica».

Com as castas baga, touriga e syrah foi feito o vinho tinto que acompanhou um dos pratos. «Estagiou em madeira nova, foi engarrafado em 2017 e teve um estágio prolongado», referiu o produtor António Selas, descrevendo que «o vinho é uma sequência de histórias, em que é preciso paciência e capacidade económica até chegar aqui, a esta mesa». «Enquanto vice-presidente da marca, espero, sinceramente, que as “4 Maravilhas” tenham muita longevidade».

O restaurante Típico da Bairrada está na família «Flores» desde 1980. «Era um espaço explorado pelo dr.º Rocha e sua esposa, pessoas que, em determinada altura, entenderam fazer uma pausa. O meu avô António pegou nisto, para apenas uns anitos, mas o que é certo é que está cá até hoje, onde faz um pouco de tudo», enalteceu Isac Daniel Flores, que, com a mãe Margarida, já vai na terceira geração da gestão do espaço.