As obras de alteração e ampliação no Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ventosa do Bairro já decorrem, mas para que entrem numa fase mais profunda, os utentes terão que ser deslocados para outro local durante alguns meses. O espaço conseguido localiza-se na freguesia de Tamengos (Anadia), tendo a instituição lamentado à Autarquia da Mealhada não ter conseguido um lugar em Ventosa do Bairro. O assunto foi espoletado na reunião pública do executivo, que aconteceu ontem, onde o presidente da Câmara afiançou ter sido disponibilizada a antiga Pré-escola na Póvoa do Garção, um espaço onde poderiam ser realizadas obras de adaptação, mas que o Centro defende que servia «quinze crianças, não dando para trinta utentes».

«Recebemos um ofício do Centro Paroquial que transmite que a Câmara nunca esteve disponível para dar uma solução temporária, mas tenho de dizer que as conversações começaram no final de 2020 e em causa estavam vários espaços, nomeadamente, Pavilhão e Casa da Juventude em Ventosa, ou a antiga Escola Primária, onde está o Rancho, com quem reunimos e que cedia uma sala», começou por dizer António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, acrescentando que «percebendo que a antiga Escola Primária não tinha as condições necessárias, sugerimos a Pré-escola da Póvoa do Garção, onde fomos ao local para ver que obras seriam necessárias, que passariam por arranjar piso, fazer pintura, criar uma instalação sanitária para pessoas com mobilidade reduzida, assim como uma zona de banhos».

Para o edil «qualquer local precisaria de obras e fazer isso no Pavilhão só para seis, sete, oito ou nove meses não seria fácil e colocaria em causa toda a atividade desportiva do espaço. Na Pré-escola da Póvoa do Garção faria sentido até porque recuperaríamos aquele património. Não podem dizer que não demos essa resposta. Estávamos disponíveis e até já tínhamos um orçamento de cerca de dez mil euros para esse efeito».

Sobre o tema e ao nosso jornal, a direção do Centro de Ventosa do Bairro fala numa «absoluta e urgente necessidade», até porque «as mudanças acontecem já no próximo fim-de-semana». «Tanto no Pavilhão, como na Casa da Juventude, eram dispensáveis obras, mas foi-nos dito que era impossível ficarmos lá», afiança a direção do Centro, garantindo que, relativamente à Pré-escola na Póvoa do Garção, a mesma «servia quinze crianças, não daria para trinta utentes».

A solução encontrada pela instituição foi no concelho vizinho de Anadia, no Centro de Horta, freguesia de Tamengos. «Será uma solução para sete, oito meses, altura em que contamos que a nossa empreitada termine. Neste momento, o que queremos é que as obras avancem, não podemos esperar mais», avança a direção, explicando que os utentes ficarão no Centro de Dia em Horta, mas que a cozinha funcionará num antigo restaurante de Ventosa do Bairro e os serviços administrativos manter-se-ão na sede da instituição.

Recordamos que a primeira pedra desta obra foi lançada em setembro passado e terá um custo de 800 mil euros, apoiado, em parte, pelo Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais III. Na ocasião, a direção manifestou que a instituição «crescerá muito em número de utentes, até porque vamos dar uma nova resposta com uma ala destinada a doenças cognitivas».

Para ajudar a alcançar as verbas necessárias para esta requalificação, a IPSS tem realizado eventos de angariação de fundos, como recentemente aconteceu com a Feirinha Solidária de São José ou a venda de bolos da Páscoa.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Fotografia de Arquivo