O músico Bispo esteve, ontem, na Mealhada e fez parte da apresentação do cartaz do 231 Fest – Festival da Juventude da Mealhada, onde será um dos cabeças de cartaz, a par com Van Zee e DJ Fifty. O festival, que conta também com uma panóplia de artistas locais, realiza-se a 3 e 4 de maio, na Quinta do Murtal, na cidade da Mealhada. O evento, orçamentado em cerca de 75 mil euros, conta, pela primeira vez, com um valor de entrada de 3,50 euros por dia, com a possibilidade de os ingressos serem adquiridos, a partir da próxima semana, através da ticketline; e reúne quatro dezenas de jovens voluntários, que fazem parte de todo o processo organizativo do 231 Fest. O limite de ocupação cresce, em 2024, com a possibilidade de cinco mil entradas por noite.

Serão duas noites de festa das 21h00 às 4h30 a 3 e 4 de maio, por onde passarão artistas nacionais, mas também locais. Na sexta-feira, o festival arranca com o músico mealhadense Andy Scotch, seguindo-se o DJ Shannon Booth; Bispo e DJ Fifty serão os cabeças de cartaz desta noite, onde atuam também os «disc-jockeys» Braulio, João Maçãs e Luis Ferro. No dia seguinte, a festa começa com Vaskiiito / BULY35 / Shad; DJ Rupture (Zumba Yennifer Campos e Elite Crew DWH) e Van Zee. O festival de 2024 termina com The MAZ3R Effect e os «disc-jockeys» Gonçalo Vaz & Miguel Malaguerra. De 2 a 26 de abril, o bilhete diário tem um custo de 3,50 euros e o geral cinco euros; a partir de 27 de abril, o valor do ingresso diário é de cinco euros e o geral de sete. As entradas podem ser adquiridas na ticketline e no Cineteatro Messias.

«Um festival verdadeiramente centrado nas preferências dos jovens, com a divulgação de artistas locais», começou por dizer Hugo Silva, vereador com o pelouro da Juventude na Câmara da Mealhada, explicando que para a decisão de uma entrada paga «foi ouvida muita gente». «Estamos a falar de um valor baixo que garante o respeito por aquilo que o festival está a fazer. Apesar disso, através de mecanismos que já temos, garantimos que ninguém ficará de fora pela falta deste valor», declarou o autarca, acrescentando que «o palco, este ano, terá uma tenda, permitindo a realização do evento mesmo que os cenários climatéricos não sejam bons».

Hugo Silva destacou ainda «as condições extraordinárias que os artistas locais terão em palco, usufruindo das mesmas dos artistas nacionais. Estamos a tirar partido do vosso talento e, ao mesmo tempo, a dar-vos “o” empurrão».

«Um dos desafios que queríamos concretizar era ter algo criado pelos jovens. Temos imenso orgulho em vocês. O momento é vosso porque vocês criaram condições para isso», sublinhou António Jorge Franco, presidente do Município da Mealhada, recordando os jovens dos 50 anos do 25 de abril. «Se hoje vocês têm este à vontade em criar e também em criticar, isso deve-se a muitas pessoas que foram presas e morreram para que vocês hoje usufruam desta liberdade. Nunca se esqueçam», disse o autarca.

Bispo recordou a sua vinda a um empreendimento turístico na Mealhada, onde atuou para 18 pessoas a 31 de outubro de 2014. «Pensar no que aconteceu de há dez anos para cá, é brutal», referiu o músico, enaltecendo «o logotipo do evento» e a «coragem» em colocar no cartaz artistas locais. «É muito bonito este apoio que vocês (Câmara) dão e que era o que queria muito há dez anos… apenas cinco minutos de atenção. Um dia quero ver isto na Linha de Sintra», enalteceu, sendo corroborado pelo artista MAZ3R, que acrescentou também «ter curiosidade em chegar a casa e ir pesquisar o trabalho dos artistas locais».

Com um orçamento de cerca de 75 mil euros, a organização prevê cinco mil entradas por noite, um aumento relativamente aos anos anteriores, garantindo, contudo, «a segurança do evento, algo de que não queremos abdicar».

 

Festival quer atingir «Resíduo Zero»

O 231 FEST nasceu da vontade dos jovens e tem vindo a afirmar-se na música, mas distingue-se também pelo ambiente descontraído e pela vertente da sustentabilidade, com a adoção de medidas para a mais baixa pegada ecológica possível, como a adoção de copos reutilizáveis. No último ano, mereceu a classificação de «Eco-Evento» por parte da ERSUC.

«A questão ambiental é absolutamente imprescindível para nós. No ano passado, nos resíduos sólidos urbanos tivemos uma média de 30 gramas por utilizador e de dez litros por pessoa. Em 2024, com as casas de banho químicas (que não necessitam de ligação à rede de esgotos), a redução de água vai ser tremenda», explicou Hugo Silva, enfatizando ainda que, no evento de 2023, «de uma noite para a outra, a única coisa que fizemos foi tirar os sacos dos recipientes colocados no recinto. A produção global não chegou aos 150 quilos de lixo nos dois dias».

«Pretendemos que este seja um festival de “Resíduo Zero” e que os “lixos” que sobrem, depois da devida separação, sejam tratados aqui através do sistema de compostagem», acrescentou António Jorge Franco.

 

Mónica Sofia Lopes