Em 44 anos de existência, o Jardim de Infância Sant’Ana, na Mealhada, hasteou, pela primeira vez, na manhã desta quinta-feira, a Bandeira Verde do programa Eco-Escola, referente ao ano letivo de 2022-2023. Entre muitas iniciativas levadas a cabo por esta Instituição Particular de Solidariedade Social estão a horta pedagógica, a Feira de Outono anual (com produtos das hortas dos familiares das crianças) e também a cozinha de lama, que leva os mais novos para a rua, mesmo em dias de chuvas.

Horta pedagógica; uso maioritariamente de papel reciclado; compostor; reservatório de água para conservar água pluvial; colocação de garrafas nos autoclismos para redução de água; comedores para os passarinhos; painéis solares; Feira anual de Outono, aberta à comunidade, com produtos das hortas oferecidos pelos familiares das crianças; hotel de insetos para preservação da biodiversidade; cozinha de lama, com utensílios antigos das crianças, que a utilizam nos dias de chuva envergando galochas; plantação de oliveiras; altar da Primavera com materiais reciclados; e separação de lixo foram as muitas atividades, levadas a cabo pelo JISA, enaltecidas pelo programa Eco Escolas e que levou esta IPSS a receber a bandeira. «Temos ainda a intenção de construir um espantalho só com materiais reciclados e plantar árvores de fruto», disse, ao nosso jornal, Eden Ricco, coordenadora do projeto na escola.

Numa cerimónia repleta de crianças, Graça Henriques, diretora técnica da instituição, foi puxando pelos «mais novos», que afirmaram que a bandeira significa que a escola onde estão «preserva o ambiente, pensando num planeta e ambiente saudáveis». «Conseguimos esta bandeira com o apoio da Câmara Municipal, da Junta de Freguesia, do Centro de Interpretação Ambiental, das famílias, educadoras e funcionárias da instituição», enalteceu.

Ricardo Santos, vereador na Autarquia da Mealhada, afirmou que «ir a Braga, buscar a bandeira, foi um objetivo cumprido em que ficamos todos muito felizes. É a primeira vez que esta bandeira é hasteada aqui, mas será a primeira de muitas, tenho a certeza». O autarca apelou ainda à plateia de «palmo e meio» para que passe «esta mensagem (ambiental) em casa, aos pais». «As coisas são muito fáceis quando somos uma equipa», enfatizou.

Ao nosso jornal, Eden Ricco assumiu que «houve muito medo em submeter o processo, que burocraticamente não foi fácil para nós, mas a verdade é que agora estamos felizes e já queremos seguir uma nova caminhada para obtenção de outra bandeira, que muito orgulha a comunidade que está sempre connosco».

E nisto da «abertura de portas», Eden Ricco recordou o baloiço, decorado pela instituição, instalado no Parque da Cidade da Mealhada e que marcou o Dia dos Avós em 2023. «Foi construído por um grupo de voluntários do Centro de Interpretação Ambiental e nós apadrinhamos, proporcionando um dia diferente aos avós (em julho passado), mas que continua ali, até hoje, para quem quiser usufruir do mesmo. É mais um exemplo de como gostamos de envolver a comunidade na nossa instituição e nas nossas iniciativas», disse a educadora Eden Ricco, recordando que, em janeiro passado, os atores d’«A Ratoeira Portuguesa» doaram quatro caixas de brinquedos, fruto de uma sessão em que apelaram aos participantes que contribuíssem com algo para crianças. «Equiparam a instituição com mais brinquedos, puzzles e livros, tendo o JISA sido sugerido pela Junta da União de Freguesias da Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes», explicou.

 

Mónica Sofia Lopes