O Cineteatro Messias, na Mealhada, vai receber, de fevereiro a abril, quatro filmes históricos portugueses digitalizados pela Cinemateca Portuguesa, no âmbito do projeto FILMar, que, na sua última fase, se encontra em digressão nacional. O ciclo inicia com a projeção, no dia 8 de fevereiro, do filme do luso-francês Carlos Vilardebó, “As Ilhas Encantadas” (1965), que conta com a interpretação especial de Amália Rodrigues.

A ligação ao FILMar surge no âmbito do projeto “ENCONTROS”, de cinema e audiovisual, desenvolvido pelo Município da Mealhada em colaboração com o Cineclub Bairrada e a Aderno – Associação Cultural. Escolhendo as quintas-feiras como dia preferencial para o cinema de autor, o Cineteatro Messias promoverá sessões para a comunidade escolar (10h30) e para o público em geral (21h30), com dois filmes a serem exibidos em fevereiro, um em março e o último em abril.

Ao todo, vão ser projetados cinco filmes: quatro no Cineteatro Messias e um quinto na Mata Nacional do Bussaco. O primeiro – “As Ilhas Encantadas” – de Carlos Vilardebó, é uma longa-metragem que nunca foi exibida desde a sua estreia em 1965. Baseado num conto de Herman Melville, este foi o filme escolhido para dar início à digressão nacional do FILMar. Ainda no mês de fevereiro, a 22, será exibido o filme “A Canção Da Terra”, de Jorge Brum do Canto (1938). Segue-se, a 14 março, “Histórias Selvagens”, de António Campos (1978), e, dia 11 abril, a finalizar este ciclo de projeções no Cineteatro Messias, será a vez de “A Balada Da Praia Dos Cães”, de José Fonseca e Costa (1986), uma adaptação do romance homónimo de José Cardoso Pires.

Na continuidade deste ciclo do ENCONTROS com o FILMar – Cinemateca Portuguesa está prevista uma sessão especial ao ar livre, no Bussaco, no dia 20 de abril, onde será apresentado, pela primeira vez, in situ, o filme Mata Do Bussaco de c.1919, atribuído a Hans Berger, numa sessão de curtas metragens mudas musicadas ao vivo.

Estas projeções fazem parte dos mais de dez mil minutos de património fílmico relacionado com o mar que, entre 2020 e 2024, foram alvo de restauro e digitalização pelo projeto FILMar – Cinemateca Portuguesa, com apoio do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), para o qual contribuem a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega.

A Mealhada faz, assim, parte dos mais de 30 espaços, entre cineteatros, cineclubes e museus, que, num total de cerca de 200 sessões FILMar, apresentam, até final de abril, cerca de 100 filmes, que atravessam o século XX, produzidos entre 1913 e 2007.

“O município afirma, com este ciclo, no âmbito do projeto ENCONTROS, através da cooperação institucional, a aposta na promoção de uma programação e mediação inclusiva no âmbito do cinema e do audiovisual de autor. A Aderno – Associação Cultural – com apoio da Fundação Mata do Bussaco e da Junta de Freguesia de Luso – e o Cineclub Bairrada são as duas instituições locais que apoiam e fortalecem o projeto, potenciando o diálogo intergeracional a partir da memória e do território”, explica Filomena Pinheiro, vice-presidente e vereadora da Cultura na Autarquia da Mealhada.