«A Ambulância veio à escola – 1.ºs Socorros na Infância» passou pelo Centro Educativo da Pampilhosa, no concelho da Mealhada, na semana passada, com dezenas de alunos a serem sensibilizados para como se deve pedir socorro, tratar uma ferida nos primeiros cuidados básicos e conhecer uma ambulância por dentro. «Saber como pedir ajuda e sensibilizar para nunca se brincar com isso, assim como fazê-los perder, de forma lúdica, o medo de feridas e de sangue» são os objetivos primordiais desta iniciativa apontados por João Pedro Marques, comandante da corporação pampilhosense.

Foi uma manhã diferente para algumas dezenas de alunos do segundo ano ao qual o «Bairrada Informação» também assistiu. «Fizemos feridas de brincar, na cabeça e na perna, para depois nos ensinarem a cuidar. Também aprendemos a fazer uma ligação para o 112 quando há uma emergência», explicaram, ao nosso jornal, duas alunas, de sete anos, do 2.ºA, que manifestaram estarem contentes com a iniciativa «por ser diferente». «Hoje aprendi como ligar para o 112, não sabia como era», referiu ainda uma das jovens.

Já do 2.ºB, uma das alunas, também de sete anos, distinguiu «as coisas da ambulância», como aquelas que mais gostou. «Gostei muito da maca quando entrei dentro da ambulância. Ensinaram-nos como nos devemos agarrar quando vamos deitados», acrescentou, destacando a importância dos soldados da paz: «Os Bombeiros salvam vidas». Outro colega recordou que «só se pode ligar o 112 em caso de emergência», referindo que «a ambulância tem muitas coisas médicas». «Gostei muito de ir para a parte da frente do carro e usar um capacete», desvendou.

Para Virgínia Melo, coordenadora do Centro Educativo da Pampilhosa, esta diversidade de iniciativas «enriquecem o conhecimento das crianças. Esta parceria com os Bombeiros, por exemplo, já faz parte do nosso programa, nomeadamente, no que toca às regras básicas dos primeiros socorros, em saber ligar em caso de emergência e em perder o medo relativamente a fardas». «De forma lúdica, as crianças aprendem e ainda levam a mensagem para a comunidade», enfatizou.

Também Cristina Bandeira, Subchefe na corporação da Pampilhosa, e monitora destas ações que percorrem várias escolas da área de intervenção do referido quartel de Bombeiros, explica que «há, cada vez mais, uma grande necessidade, em serem passadas estas informações às crianças. Ainda existem muitas chamadas falsas para o número de emergência e quando lhes explicamos, desde pequenos, o porquê de não o fazer, a mensagem fica retida». «Depois como temos a nossa Escolinha de Cadetes e o voluntariado passa por uma maior indisponibilidade da sociedade civil, esta é uma forma de nos mostrarmos e quem sabe destes pequenos não surjam, daqui a uns anos, grandes bombeiros, o que até já começa acontecer», acrescentou Cristina Bandeira, exemplificando que estas iniciativas não se ficam por aqui: «Nos próximos dias teremos uma ação de manuseamento de extintores, no nosso quartel, destinado a assistentes operacionais do 1.º Ciclo e Escola Básica 2 da Pampilhosa com o Subchefe David Santos e onde estarão 25 senhoras».

No fundo, sintetiza o comandante dos Bombeiros da Pampilhosa, «ensinamos o pedido de ajuda e de como não se brinca com isso, como proteger as feridas simples fazendo uma caracterização muito realista, e ainda mostramos uma ambulância e todo o seu equipamento. No final, as crianças ficam com um diploma». «Queremos criar-lhes o “bichinho”, dando a conhecer a instituição e a causa, numa altura em que o voluntariado nesta área está muito difícil», rematou.

 

Mónica Sofia Lopes