O executivo camarário na Mealhada aprovou, por unanimidade, a atribuição de 50 mil euros para a execução do projeto BIOCOMPART – Criação do Parque Biodiverso do Planalto do Bussaco, numa intervenção de 80 hectares que visa valorizar a serra do Bussaco em termos ambientais e turísticos. O projeto, objeto de uma candidatura ao Programa Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, ascende a 400 mil euros e conta com um financiamento em 80%, sendo o restante suportado pela Comunidade Local do Baldio do Bussaco – Zona Luso, agora também com o apoio da Autarquia.
O projeto da Comunidade Local do Baldio do Bussaco – Zona Luso tem como objetivos a remoção de acacial em cerca de 80 dos 150 hectares desta comunidade, bem como a respetiva arborização com espécies autóctones para sombreamento – nomeadamente sobreiros, azinheiros e carvalho português -, criando novas unidades paisagísticas designadas de «BioCompart» – Criação do Parque Biodiverso do Planalto do Bussaco.
A intervenção visa criar uma primeira barreira contra incêndios suscetíveis de ameaçar a Mata Nacional do Bussaco, «controlar a evolução massiva de espécies invasoras (acacial) e reflorestar adequadamente o planalto da Serra, evitando a erosão e fixando a humidade, mitigando deste modo a seca extrema que afeta diretamente o aquífero de Luso», lê-se num comunicado municipal. «Esta é uma oportunidade de proteger e valorizar a nossa Mata do Bussaco. A floresta só é protegida se for vivida e, portanto, criar condições para um parque temático é criar condições para que todos possam usufruir deste bem maior», referiu Filomena Pinheiro, vice-presidente da Autarquia da Mealhada.
Palavras corroboradas por António Jorge Franco, presidente da Câmara, que defende este investimento «primeiro, porque cria uma barreira de proteção à Mata Nacional do Bussaco, depois porque permite o controlo das invasoras e a revalorização do planalto criando novos espaços de atração turística e de lazer».
Da oposição, José Calhoa, do PS, referiu que «o mais importante é a limpeza de todo aquele declive que é um perigo para a nossa jóia que é a Mata e que não podemos perder». «Concordo plenamente com os 50 mil euros atribuídos», enfatizou.
A candidatura da Comunidade Local do Baldio do Bussaco – Zona Luso ascende a 400 mil euros, sendo financiado em cerca de 80% pelo PDR 2020. Os restantes 20%, 80 mil euros, serão suportados pela Comunidade Local dos Baldios do Bussaco – Zona Luso e é para suporte destes que a Comunidade solicitou o apoio da Autarquia da Mealhada, que se traduz em 50 mil euros.
99% do concelho abrangido por videovigilância na prevenção de incêndios florestais
Também por unanimidade, na reunião do executivo que se realizou ontem, foi aprovada a minuta do protocolo «sistema integrado de videovigilância para a prevenção de incêndios florestais nas Comunidades Intermunicipais de Viseu Dão Lafões e da Região de Coimbra».
«Este protocolo será assinado por todos os Municípios destas duas regiões, fundamentalmente para que possa haver uma maior prevenção», referiu António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, acrescentando que «só temos duas zonas escuras, muito pequeninas, que não estão cobertas. De resto todo o concelho está abrangido».
José Calhoa, vereador eleito pelo Partido Socialista, enalteceu «esta vigilância em 99%», mas lamentou que «o protocolo termine em agosto, em plena fase Charlie, quando bem sabemos que agora temos verão até outubro». Declaração que levou o presidente da Câmara da Mealhada a garantir que a videovigilância «é uma mais valia para todos. Isto é renovável e quero acreditar que nenhuma entidade vai renunciar ao protocolo».
Mónica Sofia Lopes