Notícia retificada às 00h47 de 31 de outubro de 2023.
Jéssica Rodrigues foi uma das convidadas do Soul Fitness, que decorreu em Luso, no passado sábado, dia 28 de outubro. A master foi de «Funk», mas a jovem, de 27 anos, natural da Mealhada, a dar cartas no mundo da dança por todo o país ao lado de vários artistas nacionais, aprendeu a gostar de todos os estilos, desde as danças de salão ao hip-hop. O grande sonho passa por dançar com o rapper Chris Brown.
Aos nove anos foi «arrastada» pela mãe para uma aula de dança. «Eu era a mais nova e a minha mãe, com 29 anos, era a mais velha», recorda, entre risos, Jéssica, que garante que foi naquele dia que pensou para si própria: «É isto que quero fazer da vida».
Hip-hop e girlie eram «a sua praia» e aos quinze anos começou a dar aulas na Associação CADES e a título particular «com quem me ia pedindo». «Nesta altura, frequentava muitas convenções e workshops e fazia de tudo, desde danças de salão a urbanas e contemporâneas. Eu queria diversificar para conseguir ficar cada vez melhor», explica.
Com percurso escolar sempre feito na Mealhada, o seu sonho era estudar dança em outro país, «algo que os meus pais não queriam muito». «Tive então que arranjar um plano B e entrei em Desporto e Bem-estar no Instituto Politécnico de Leiria, onde estudei durante três anos», conta-nos, afirmando que, mal terminou o curso, começou «logo a trabalhar na área, a dar aulas na Universidade Sénior CADES e no Pampigym».
«Estava com 21 anos e apesar de estar na área desportiva, que também gosto, sentia-me deprimida sem a dança e procurei um local onde o pudesse fazer», confessou Jéssica Rodrigues, que se inscreveu num centro em Aveiro e as oportunidades não demoraram a acontecer. «Logo na semana a seguir, fomos fazer uma participação de reggaeton num programa televisivo. Depois realizou-se o Mix & Move em Oliveira do Bairro, onde esteve o Mastiksoul, e dias depois fui contactada pelo seu manager para fazer shows com ele. Foi a primeira vez que recebi dinheiro “assim a sério” enquanto bailarina», recorda.
Não deixou o fitness, mas cada vez tinha mais convites de bares e discotecas no Centro e Norte do país. «Não era a minha aposta, mas o que eu queria mesmo era dançar e os convites foram surgindo naturalmente», refere, explicando que, nesta altura, se começou «a apaixonar pelo Funk», estilo no qual fez formação e vários «workshops».
O «boom» que a dança lhe trouxe, fê-la deixar o trabalho no ginásio, pouco tempo antes da pandemia se instalar. «Vi-me a chorar todos os dias», refere, recordando, contudo, a altura em que os estabelecimentos começaram a abrir, levando-a novamente para um ginásio, o Gym City, em Barrô, Águeda, onde está agora como diretora-técnica.
«Quando o mundo se voltou a abrir, as pessoas ainda se lembravam de mim e fui chamada para fazer a abertura de um jogo da seleção em Lisboa», conta, recordando este «como o primeiro trabalho de impacto depois da pandemia», mas perdendo já as contas ao que fez a partir daí, com trabalhos comerciais e participações em videoclipes de Josslyn, Nuno Ribeiro, Deejay Telio e Julinho Ksd, e ainda como coreógrafa do tema «Fora da Lei» de André Seravat e mais recentemente em «Nosso Som», tema que junta Ary Rafeiro e Deezy, produzido pelo DJ/Produtor MAZ3R, com quem partilha os palcos de norte a sul.
«Sempre fui tentando novas experiências e um dia fiz um casting para os “showmen” e fiquei. Com eles passei pelo Sol da Caparica e Rock in Rio», acrescenta ainda a bailarina, que está num projeto noturno em Lisboa, onde é uma das coreógrafas e faz parte do «Funk it up», um projeto de dj’s também com bailarinas.
«E o futuro?», quisemos saber. «Quero ser bailarina. Porque não há outro sentimento igual ao que sinto quando estou em palco a dançar. Enquanto conseguir, será sempre o meu plano A e isto pode passar por uma mudança para Lisboa», refere, confessando «já ser difícil» as imensas viagens semanais para a capital.
Três centenas de participantes no Soul Fitness em Luso
350 pessoas passaram pelo Pavilhão Municipal de Luso, no passado sábado, para participarem no Soul Fitness, um evento promovido pela Divisão do Desporto e Educação do Município da Mealhada, com o apoio da Zona 231. «O staff jovem, bem como os bailarinos do cartaz, trouxeram uma leveza e magia diferentes ao cartaz», referiu, ao nosso jornal, fonte da organização.
Durante um dia inteiro dezenas de bailarinos concelhios e regionais, mas também de renome nacional estiveram no Pavilhão Municipal de Luso, assim como participantes de vários pontos do país, nomeadamente, de Cantanhede, Leiria, Nazaré, Bragança, Entroncamento e Sintra.
Mónica Sofia Lopes