Já vão a caminho do Santuário de Fátima, os três operacionais dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa, concelho da Mealhada, que transportam consigo os seus equipamentos de proteção individuais – farda (calças e casaco de espessuras elevadas para proteção contra altas temperaturas e riscos associados), luvas, botas, capacete, proteção para a face e um aparelho respiratório -, de 30 quilos cada um. Ontem, na partida do quartel, pouco depois das 19h00, família e amigos fizeram uma autêntica moldura humana, a sirene tocou e os colegas bombeiros juntaram-se nos primeiros quilómetros desta «viagem».

Francisco Esteves, de 27 anos, Ricardo Silva, de 31, e Marco Fonseca, de 27, são os bombeiros que transportam os EPI, mas a caminhada conta ainda com Sérgio Pinto, de 45 anos, e Ricardo Veloso, de 42, que vão sem equipamento, bem como de Hugo Marques, de 32, que conduz o carro do apoio. «Estamos a falar de operacionais que têm vindo a organizar uma série de atividades e que, no último trail, utilizaram os equipamentos. Também na semana passada, fizeram o Escadório da Humanidade no Bom Jesus em Braga», declarou, ao nosso jornal, João Pedro Marques, comandante dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa, garantindo que estes operacionais «já andavam algum tempo com esta ideia de irem a pé até a Fátima».

«À sua passagem vão sensibilizar para o que os Bombeiros fazem no seu dia-a-dia, que não passa só por apagar fogos e socorrer pessoas», disse ainda, esperando que «esta visibilidade traga mais voluntários a esta corporação e a outras, porque somos sempre poucos nesta missão».

Marco Fonseca um dos peregrinos explicou-nos que a missão «está a ser operacionalizada há largas semanas, com preparação física e caminhadas», confessando, contudo, que contam que as maiores dificuldades «sejam os pés, mas também o capacete que é um grande obstáculo dada a sua dimensão». Como ponto positivo, destaca a chegada «a Fátima com o objetivo cumprido», admitindo que «a operação possa sofrer pequenos ajustes devido a eventuais paragens que tenham que fazer ao serem abordados pelas pessoas».

A operação contou com a colaboração de outros corpos de bombeiros, onde irão pernoitar, de entidades que contribuíram para a logística alimentar e de farmácias que disponibilizaram cremes e comprimidos para a eventualidade de dores que possam sentir. Ontem, o reforço alimentar foi feito no Parque Verde em Coimbra e a pernoita aconteceu nos Bombeiros de Condeixa. Esta quinta-feira, dia 5 de outubro, a meta é chegarem a Pombal.

Na «despedida» para esta grande caminhada, que culminará no próximo sábado, dia 7 de outubro, estava Ana Lúcia, companheira de Ricardo Silva, também ela bombeira na mesma corporação. «É uma grande iniciativa que pretende demonstrar o esforço que fazemos todos os dias e a resiliência com que cumprimos a nossa missão», declarou, considerando que no caminho «os colegas vão encontrar muitas pessoas que vão querer falar com eles, porque há sempre um grande carinho pelos soldados da paz».

 

Mónica Sofia Lopes