Cerca de sete dezenas de pessoas participaram na cerimónia de abertura do novo ano letivo da Universidade Sénior da Associação CADES – Cooperação Artística, Desportiva, Educativa e Social, que se realizou no Grande Hotel de Luso, na tarde da passada terça-feira, dia 26 de setembro. Na ocasião, Albertina Lima, Professora na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, apresentou um estudo que demonstra os fatores positivos em pessoas que frequentam uma universidade sénior na região em detrimento de outras que não.

«No estudo em que participei ficou bem patente que as pessoas que frequentavam determinada universidade sénior na região revelaram menos emoções negativas, mostraram-se mais satisfeitas com a vida e mais preocupadas em cuidar bem da saúde», revelou a professora Albertina Lima, defendendo alguns fatores que previnem o envelhecimento cognitivo, nomeadamente, «a atividade física, dieta saudável, saber lidar com o stress e aumentar a atividade cognitiva». «Na atividade física, por exemplo, é notório que quem pratica toma menos medicamentos, tem menos triglicerídeos e mais HDL, que é o chamado bom colesterol», explicou ainda.

Rui Rodrigues, professor no Cross Company e parceiro da Universidade Sénior CADES neste novo ano letivo, começou por fazer um exercício físico com a plateia. «Comecei a dar aulas em 2016 a pessoas mais velhas, sendo que três delas têm, atualmente, mais de oitenta anos, duas com Parkinson e outra com lesões físicas. Uma das senhoras com Parkinson quando começámos as aulas tinha 77 anos e estava acamada, mas o que é certo é que ao fim de dois meses correu trinta metros», começou por contar este professor desportivo, revelando que «para além do exercício físico, trabalhámos as relações sociais, sendo assim um bom exemplo de que o processo chega a ser mais psicológico do que físico». «Neste momento, a senhora treina três vezes por semana, faz caminhadas, vai à missa e está integrada em duas associações. Conto-vos isto para que saibam que, a não ser que haja prescrição médica do foro normalmente cardíaco, não há impedimentos ao exercício físico em idades mais avançadas», afirmou.

Maria Conceição Rosmaninho, presidente da direção da CADES e aluna da Universidade desde o início, onde também foi formadora, mostrou-se preocupada, enquanto dirigente, «com a condição monetária debilitada da associação, mas «feliz e ativa» na condição de aluna, que diz ser «a melhor coisa do mundo». «Nós não somos velhos e todos os que aqui estamos tem em comum um brilho nos olhos», enalteceu a dirigente.

Para este ano letivo, que conta com perto de setenta alunos – tendo a mais velha 89 anos e havendo a particularidade de quatro serem de nacionalidade estrangeira -, existe uma panóplia de disciplinas para inscrição: Teatro, com as formadoras Marta Pires e Filipa Almeida; Macramé com Bruna Moreira; Interpretação e Educação Ambiental com Daniel Morais e Lídia Dias, do Centro de Interpretação Ambiental da Mealhada; Tuna e Pintura e Desenho, com o músico e artista Francisco Saldanha; Danças do Mundo com Filipa Castanhas; Yoga com Luíza Farias; “Janela para o Sonho” com Justino Melo; “Nutrir com Equilíbrio”, com a nutricionista municipal Rita Fernandes; PT Grupo e Pilates, com Cross Company da Mealhada; “Diálogos com Saber” com José Luís Pais; e História de Arte com Pedro Semedo.

 

Mónica Sofia Lopes