Igor Cavadas recebeu, na manhã da passada quarta-feira, 27 de setembro, um prémio pecuniário de mil euros, por ter sido o aluno com a melhor média do curso de Mecatrónica da Escola Profissional Vasconcellos Lebre, na Mealhada, no ano letivo de 2022-2023. O Prémio Bruno Borges foi um incentivo da empresa Certoma que quis prestigiar e homenagear um funcionário da empresa, falecido, este ano, num trágico acidente e que era ex-aluno da referida escola.
Bruno Borges estudou na EPVL e era colaborador da Certoma há mais de oito anos, quando em março de 2023, com apenas 26 anos, faleceu num acidente de viação. «Partiu, mas não levou tudo», enfatiza a gerência da empresa, que a pensar na «sua enorme dedicação e sendo um antigo aluno exemplar do curso de Mecatrónica, decidiu em parceria com a EPVL, homenageá-lo e eternizar o seu nome através da atribuição de dois prémios anuais a aluno(a)s finalistas do curso de Mecatrónica, cuja a durabilidade do protocolo é de cinco anos: “Prémio Bruno Borges – Mérito – Melhor Média Final, atribuído ao aluno com melhor classificação final, no valor de mil euros; e Prémio Bruno Borges – Atitudes e Valores, atribuído ao aluno com melhor comportamento, no valor de quinhentos euros”».
«Dentro da Certoma não se fala no Bruno no passado», começou por dizer José Alfredo Pereira, gerente da empresa, recordando o ex-colaborador e as características que o fizeram destacar-se na empresa: «Era vaidoso no que fazia, aplicado e tinha sempre vontade de aprender. Primava por uma boa apresentação e tinha sempre a viatura lavada. Não foi por isso de admirar as inúmeras manifestações que tivemos de clientes, a nível nacional, sobre este trágico acontecimento».
Sobre o protocolo em si, José Alfredo Pereira defendeu que «as escolas têm de trabalhar com as empresas e as empresas com as escolas, até porque para o país se desenvolver precisamos também de quadros médios e não só de engenheiros e doutores». O Prémio Bruno Borges, proposto à EPVL pela empresa, é, segundo o gerente da Certoma, «também uma vitamina para ajudar a superar o que aconteceu».
Carlos Sousa, diretor da EPVL, revelou estar perante «dois sentimentos antagónicos»: «Se por um lado este prémio significa termos jovens bem preparados, a contribuir para o mercado empresarial e que certamente no caso do Bruno se destacou; por outro, é com dor e tristeza que surja pela sua partida precoce». «Estamos certos que o aluno que vai receber o prémio e o que dá nome ao mesmo vão inspirar ao sucesso de todos os que aqui estão de Mecatrónica», enfatizou.
No ano letivo transato só foi entregue o Prémio de Melhor Média Final – a Igor Cavadas – e não o de Atitudes e Valores, que implica que todos os parâmetros atinjam o Muito Bom, o que não aconteceu, tendo o gerente da Certoma sugerido que esse valor de quinhentos euros seja entregue ao curso de Multimédia.
O premiado Igor Cavadas, que terminou o curso na EPVL com uma média de 17,2, tem 18 anos e está atualmente a frequentar um Curso Técnico Superior Profissional na área de Eletromecânica. «Sabia que ia receber alguma coisa hoje, mas estou surpreso com o valor do prémio. Não estava mesmo nada a contar», disse, ao nosso jornal, o jovem, garantindo que este dinheiro poderá contribuir «para comprar uma mota, algo que quero muito».
Na entrega do prémio, para além de Carlos Sousa e de José Alfredo Pereira, estavam Beatriz Ferreira, colaboradora na Certoma há 29 anos e uma das primeiras alunas a sair da EPVL, assim como Sara Borges, irmã do falecido Bruno.
Mónica Sofia Lopes