Era o que se esperava: Sala cheia (quem faltou já se deve ter arrependido), jovens entusiasmados (uma vénia) e sessenta minutos (que nos pareceram pouco) de muitas gargalhadas. Os intervenientes d’«A Ratoeira Portuguesa», três jovens da Mealhada, de apenas (assumo eu o apenas) 19 anos, avisaram o público, ainda antes da visualização do filme, para que não nos lembrássemos de que «era (é) um filme amador». Nunca mais ninguém se lembrou disto (tirando eu que escrevi as vossas palavras) porque no final o sentimento de orgulho (por fazermos parte desta estreia) era de todos e não só destes artistas.
O Manuel, o Lourenço e o Tomás disseram-nos (a quem ontem à noite esteve no Cineteatro Messias) que estavam «felizes» e sentiam «orgulho» por já irem na terceira sessão quase esgotada. Acho até, que do alto da adrenalina que estavam a sentir, nem eles sabem bem o quão felizes e orgulhosos nos deixaram nós por este trabalho com «uma simples câmara Sony e um microfone de 20 euros».
Em entrevista ao nosso jornal confessaram que muitas vezes, o guião das cenas era escrito na noite antes de as gravar. Ora, com esta nuance de improviso, o trabalho deles fica ainda mais poderoso. Parabéns!
Fizeram trabalho, utilizaram os conhecimentos que apreenderam num curso profissional, promoveram o concelho onde vivem, desenrascaram-se em situações de stress, utilizaram todos os palavrões possíveis em dicionário e, ontem, como gente grande (que são!), agradeceram, humildemente, a todos os que se encontravam na estreia.
Manuel, Lourenço e Tomás aplaudo-vos de pé. Estão de parabéns! Vocês, a família e amigos, os vossos professores e todos os que acreditaram na vossa pequena máquina de filmar e no microfone de 20 euros.
Que o «Continua…» (que vimos no filme desta comédia) esteja para breve.
Mónica Sofia Lopes