“A nova previsão de reabertura da Piscina Municipal da Mealhada aponta para o mês de outubro”. Quem o diz é a própria Autarquia da Mealhada, avançando que “de acordo com a informação prestada à Câmara pelo empreiteiro da obra, a empresa produtora dos painéis de policarbonato para a cobertura foi alvo de um ataque informático que condicionou toda a produção”.

Ao contrário do que se perspetivava em junho, aquando da reunião com o empreiteiro e da visita às obras por parte do Município da Mealhada, a Piscina da Mealhada não poderá reabrir em setembro, apontando-se agora para o mês de outubro. “A informação que é transmitida pela parte técnica é a de que a calendarização apresentada pelo empreiteiro prevê a colocação dos painéis de cobertura durante todo o mês de setembro, apontando a reabertura para outubro. Não posso negar que é mais um revés para nós, executivo, e para toda a população e utentes das Piscinas. Mas não conseguimos ultrapassar a situação. Teremos que aguardar que os trabalhos sejam terminados dentro do novo prazo apontado”, afirma, em comunicado municipal, António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada.

Segundo a informação transmitida à Autarquia, incluindo a declaração da empresa irlandesa produtora dos painéis de policarbonato (com exigências técnicas não comuns), “o incidente informático originou o atraso de produção de painéis, que se iniciou apenas em meados deste mês”. Porém, na obra já decorrem os trabalhos de colocação da estrutura de apoio à substituição dos painéis de policarbonato.

“Temos em mãos uma obra realmente problemática, mas que é essencial para a qualidade de vida dos mealhadenses. A obra foi adjudicada em dezembro de 2020, em plena pandemia, sofrendo, quase de início, atrasos, nomeadamente, pela falta de material no mercado e por algumas lacunas ao nível de projeto. Esta parte final está a revelar-se muito complicada. Só posso pedir um pouco mais e paciência na expectativa de que estejamos a um par de meses de colocar a Piscina Municipal da Mealhada, novamente, à disposição da população”, sublinha o autarca.

A empreitada de beneficiação da Piscina Municipal foi adjudicada, recorde-se, em dezembro de 2020, no anterior mandato liderado pelo socialista, Rui Marqueiro, pelo valor de 1.369.337,37 euros.

 

“Candidaturas – do Mercado e Piscinas – não foram aprovadas por erros estratégicos”

Já no passado mês de julho, foram aprovados, por unanimidade, pelo executivo camarário, trabalhos complementares relativamente ao “fornecimento e instalação de sistema de segurança contra incêndios e iluminação de segurança”, no valor de trinta mil euros mais IVA. “É fundamental fazer a rede de incêndios que não funcionava há dez anos”, explicou, na ocasião, o autarca, garantindo que “também a parte elétrica estava obsoleta”.

Relativamente a obra, o presidente da Câmara da Mealhada lamentou o “reservatório” que ali foi colocado: “Era preferível ter duas caldeiras mais pequenas do que aquilo que ali está, que tem uma capacidade maior do que aquela que é preciso. Para além disso, esse reservatório não tem cobertura e tudo isto levou a que o financiamento fosse zero”.

O tema do financiamento já tinha, aliás, sido focado pelo edil numa reunião anterior. “A Piscina e o Mercado da Mealhada são duas obras de grande valor, em que as respetivas candidaturas não foram aprovadas por erros estratégicos”, referiu, em junho, explicando que “o Mercado porque estava fora do PARU (Plano de Ação para a Regeneração Urbana) e o projeto das Piscinas porque tinha que ter diminuição energética em mais de 30% e só tinha quinze. Ora isto fez com que não se enquadrasse nos avisos (de candidaturas) já publicados”.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Fotografia de capa de Michael Cardenas