O Festival de Samba da Mealhada foi reconhecido, no início deste mês de maio, com «Mérito» nos Globos de Samba da iniciativa «Samba com Vida», organizada pela escola Trepa Coqueiro, de Estarreja. Para a Mealhada vieram ainda os Globos de «Melhor Bateria» e «Melhor Mestre Sala» (Renato Sabão) recebidos pela escola de samba Sócios da Mangueira, a mais antiga do Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada.
«Foi uma surpresa muito grande, que nos deixou cheios de orgulho. Isto significa muito trabalho do festival mais antigo do país com 27 anos de história», refere Alexandre Oliveira, presidente da direção do Carnaval da Bairrada. «O facto de termos mudado o Festival para o Parque da Cidade e termos conseguido, ao mesmo tempo, acrescentar qualidade foram os motivos apontados para a entrega deste Globo», congratulou.
Recordamos que o Festival de Samba teve início em 1995 pelas mãos do Grémio Recreativo Escola de Samba Batuque, da Mealhada, que assinalava assim o sétimo aniversário de participação no Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada. Começou por se realizar na parada do quartel dos Bombeiros Voluntários da Mealhada, passando em 2002 para o «Sambódromo Luís Marques» (na zona desportiva da cidade), já numa organização da ACB, e mais tarde para zona central da cidade mealhadense.
Em 2023, o Festival de Samba da Mealhada comemora 28 anos de vida e o evento, designado de Cidade do Samba, já tem data marcada, realizando-se de 8 a 10 de setembro, pelo segundo ano, no Parque Cidade da Mealhada. Ao samba juntar-se-á um crosstrail, streetfood, atividades infantis, um espaço beauty, entre outros, acrescendo uma zona para glamping, uma novidade nesta edição de 2023. «Isto vai-nos fazer crescer em termos de dimensão do evento e ocupação no Parque, mas também traremos mais qualidade. Montamos um grande festival, agora é fazê-lo crescer», refuta Alexandre Oliveira, garantindo que «o foco é sempre o samba, mas a intenção é ter mais atividades para trazer novos públicos». O Festival deste ano terá um valor de entrada, até porque, se por um lado há a necessidade de contabilização do número de entradas, por outro, «ao criar-se uma estrutura maior, é preciso pensar-se obviamente na sustentabilidade do evento».
Da Gala dos Globos do Samba vieram também premiados os Sócios da Mangueira, cuja Bateria ganhou o Globo pela terceira vez, assim como Renato Sabão trouxe o prémio individual de melhor mestre-sala, galardão que conquista desde a primeira edição, já lá vão cinco. «Estas vitórias são fruto de um esforço coletivo, que enfrentou desafios e superou obstáculos ao longo do caminho. Apesar das dificuldades vividas pela falta de um espaço adequado para a realização dos nossos trabalhos e ensaios, os associados mostraram dedicação e um comprometimento inabaláveis», referiu Diogo Rolo, presidente da direção dos Sócios da Mangueira, garantindo que a escola continuará «a trabalhar incansavelmente para levar o melhor de nós às apresentações e eventos futuros».
A Mangueira estava ainda nomeada para melhor Ala de Passistas, Escola em Palco, Escola de Samba, Samba-enredo, Harmonia em Desfile e Enredo; e nos galardões individuais Virgínia Rodrigues estava nomeada na categoria de Rainha da Bateria. Do concelho da Mealhada, os Amigos da Tijuca tinham também nomeações nas categorias de Ala de Passistas, Comissão de Frente e melhor Escola em Palco, assim como, a nível individual, a Porta-Bandeira Daniela Dinis. O Batuque estava também nomeado para a Comissão de Frente e nos prémios individuais para os melhores Mestre-Sala Alcides Ferreira e Carnavalesco Jorge Pires.
Já sobre a última edição do Carnaval da Mealhada, Alexandre Oliveira remete o balanço para a assembleia-geral que tudo indica que aconteça no próximo mês de julho.
Texto de Mónica Sofia Lopes
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