A Sala de Exposições do Grupo Etnográfico de Defesa do Património e Ambiente da Região de Pampilhosa, no Mercado Municipal da vila, inaugura, no próximo sábado, 13 de maio, pelas 17h00, uma nova mostra, denominada «Arte Bruta», da autoria do pampilhosense Rui Sousa. De saída estão assim as pinturas de Diamantino Silva e os trabalhos em fósforo feitos por Luís Martins. «O nosso grupo tem muito gosto em dar espaço aos artesãos locais», referiu, ao nosso jornal, João Pedro Marques, presidente da direção do GEDEPA.

Todos os meses o procedimento é idêntico. Uma ou duas exposições saem para dar lugar a outra. «Este é um espaço que pertence ao GEDEPA por contrato de comodato, mas que utilizamos para este fim em colaboração com a Junta e as associações da freguesia», começou por nos explicar João Pedro Martins, acrescentando que «se tem arranjado iniciativas que possam aqui trazer as pessoas», dando como exemplo os Mercadinhos – promovidos pela Junta – ou as visitas feitas à Casa Rural Quinhentista, que são mote para que os visitantes sejam também levados ao Mercado.

«Tudo aponta para que a Biblioteca e o Espaço Cidadão venham para o Mercado e isso vai ajudar à dinamização deste espaço, que pretende divulgar os trabalhos dos artesãos e artistas locais», concluiu o presidente da direção do GEDEPA.

E os artistas agradecem, como é o caso de Diamantino Silva, de 62 anos, residente na Lendiosa, freguesia de Casal Comba. «Era calceteiro de profissão, mas sempre gostei de pintar, o que faço por hobbie», confessou, ao «Bairrada Informação», explicando que tira fotos de coisas que gosta e depois replica pintando em tela. «Vejo muitas imagens na internet por um lado e por outro, quando vou passear, sempre que vejo algo que goste, faço uma fotografia. Depois em casa, pinto e conforme os pormenores de cada uma, demoro entre três a quatro dias», referiu.

Luís Martins, de 74 anos, residente na Pampilhosa, tem exposto no local, até esta semana, peças que faz a partir de fósforos, nomeadamente, a Torre de Belém, a Capela do Senhor da Pedra e o Farol da Figueira. Da freguesia tem o Largo do Garoto, a Casa Quinhentista, Vila Rosa, Challet Suisso, Capela de Nossa Senhora de Fátima na Lagarteira, Capela de São Joaquim e Igreja da Pampilhosa. A dimensão do trabalho que faz pode passar por três meses a fazer o Challet Suisso, cinco mil fósforos na Villa Rosa ou dez mil para a Torre de Belém.

«Estava emigrado na Suíça, quando vim de férias a Portugal e parti um pé. Regressei, mas não podia fazer grande coisa e dediquei-me a esta arte para ocupar o tempo», declarou o artesão, que recorda que «a primeira peça que fez foi o Coreto da Pampilhosa». «Quase tudo o que faço é para oferecer», enfatiza, garantindo ter estado «ainda ontem – domingo, 7 de maio – sentado a tarde toda a fazer emblemas do Sporting e do Benfica».

Também o presidente da Junta da Pampilhosa, Mário Gaspar, se congratula com a iniciativa e explica que os Mercadinhos realizados ao terceiro domingo de cada mês, das 10h00 às 18h00, vieram dar outra vida ao espaço e às exposições. «Começámos com sete expositores de venda, hoje temos 55, quase todos de fora da freguesia, entre agricultores, bolos, artesanato, antiguidades, etc. O mercado é livre e, portanto, se as pessoas tiverem batatas em casa e quiserem vir vender podem vir», congratula o autarca, sobre a iniciativa que acontece mensalmente no Mercado Municipal da Pampilhosa. «Os Bombeiros exploram o bar, há sempre animação por parte das associações locais e insufláveis gratuitos para os mais novos», disse ainda.

O próximo Mercadinho Livre será a 20 e 21 de maio, no Jardim Público da Pampilhosa.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Na fotografia: Mário Gaspar, Luís Martins, Diamantino Silva e João Pedro Martins