«Duas pessoas que andam sempre lado a lado são o leitor e o escritor». A declaração proferida por uma das técnicas da Biblioteca Municipal da Mealhada, Gisela Ferreira, foi feita na inauguração do 1.º Festival Literário da Mealhada – FLIM, que, entre outras iniciativas, tem a decorrer uma Feira do Livro, que se situa no centro da cidade mealhadense. De entrada gratuita, a iniciativa acontece até ao próximo, dia 2 de abril.

«Num tempo em que abundam tantos festivais de música, folclore e gastronomia, fazia falta um festival dedicado às letras. As diversas formas de ler são formas de pensar e questionar», declarou, Gil Ferreira, antigo vereador da Cultura que lançou as bases do festival, enfatizando ainda que «criar este festival era cumprir com o nosso dever», até pelo programa que contém que, na sua opinião, «envolve a comunidade numa perspetiva não apenas de consumidores de livros, mas também de alguém com papel ativo». «Oxalá possam continuar a ter este festival durante muito tempo», enalteceu.

Filomena Pinheiro, vice-presidente da Câmara da Mealhada, com o pelouro da Cultura, começou por afirmar: «Precisamos da cultura como do sangue para viver e, por isso, precisamos da cultura no ADN do nosso concelho. Temos já o principal, a matéria prima, representada pelos nossos técnicos, pelas Bibliotecas e pelos professores do Agrupamento. Temos gente, temos projetos, ambições e vontade», referiu a autarca, apelando às crianças de três turmas presentes no evento que «carregassem» a mensagem «de que é preciso levar a poesia para todas as casas e escolas».

À Feira do Livro permanente vão-se juntando, a cada dia, múltiplas iniciativas, desde a declamação de poesia nas ruas, às oficinas, das leituras e concertos de música para bebés e para crianças do primeiro ciclo, às sessões de contos ao Poetry Slam Aveiro, um projeto que procura incentivar à criação de poesia e apresentação pública ao estilo de stand-up.

Entre outras iniciativas, decorreu, na segunda-feira, a leitura comunitária «23 Poemas de Eugénio de Andrade» (no ano em que se assinala o centenário do seu nascimento); e, no dia seguinte, a Editora Alma Azul promoveu «Viagem literária à Mata Nacional do Bussaco», a partir de textos de Paulo Varela Gomes, Susana Neves e Frei José S. Silvestre, entre outros autores.

Ao programa vasto juntaram-se na noite desta quinta-feira «Uma dança, um poema» da Academia de Dança do Hóquei Clube da Mealhada; seguindo-se a entrega do prémio literário Dr. António Augusto da Costa Simões, às 17h30 deste sábado, 1 de abril; e no dia seguinte, domingo, a apresentação do livro «Bussaco: mata mágica” de Virgínia Pereira».

 

Mónica Sofia Lopes

 

 

 

PROGRAMA

 

31 março Ÿ sexta-feira

Feira do Livro

09h30 |11h00 |14h00 | “Contos de boca a orelha” |Cristina Taquelim

14h00 | Abertura da Feira do Livro

21h30 | Poetry Slam Aveiro – poesia sonora

Centro Escolar do Luso

14h00 | Apresentação das Histórias da Ajudaris | Agrupamento de Escolas de Mealhada

 

01 abril Ÿ sábado

Biblioteca Municipal

10h00 e 11h00 | “Afinal… o gato?” | Andante Associação Cultural

Posto de Turismo de Luso

11h00 | “Ir a banhos” com Literatura – Roteiro Literário

Feira do Livro

14h00 | Abertura da Feira do Livro

15h00 | Oficina de Leitura Criativa Cooperativa | Paulo Condessa

17h30 | Entrega do prémio Literário Dr. António Augusto da Costa Simões

18h00 | Por falar em poesia… – Mesa Redonda

21h30 | Stand Up Poetry | Paulo Condessa

 

02 abril Ÿ domingo

Feira do Livro

14h00 | Abertura da Feira do Livro

15h00 | Espetáculo de poesia e canções | José Fanha e Daniel Completo

16h30 | Apresentação do livro “Bussaco: mata mágica” de Virgínia Pereira

 

Até 31 de março no Agrupamento de Escolas de Mealhada:

– Piqueniques literários

– 10 minutos a Ler