Voluntários de um programa, que está a ser monitorizado pela associação «Just a Change», estão, durante uma semana e meia, numa obra de remodelação no Jardim de Infância de Sant’Ana, na Póvoa da Mealhada. Sem custos para a instituição, esta obra fará aumentar o número de crianças nas respostas de Berçário e Creche, setores que Graça Henriques, diretora técnica, garante «serem o futuro da instituição».

«Just a Change» já tinha sido responsável pela pintura exterior de todo o edifício do Jardim de Infância Sant’Ana, iniciativa levado a cabo em agosto passado por cerca de cem voluntários, estudantes de Medicina na Universidade Católica de Lisboa. Nessa altura, já esta associação sem fins lucrativos conseguiu ver «in loco» as necessidades da instituição. «Os pais já conheciam algumas parcerias e contactamos vários programas, tendo a “Just a Change” aceitado o repto», declarou Eden Ricco, coordenadora pedagógica do JISA.

«A nossa Creche é de 2004 e temos uma lista de espera considerável, à volta de 25 crianças, uma vez que, com a gratuitidade, ainda aumentaram mais os pedidos», explicou Graça Henriques, diretora técnica do Sant’Ana, referindo que a candidatura, para remodelação e alargamento da Creche, foi aprovada pela Segurança Social, estado assim dada «luz verde» para avanço das obras.

E é mesmo isso que os voluntários estão a fazer no local, desde esta quarta-feira, 8 de março. «Estamos a dividir uma sala ao meio, construindo uma parede em pladur, convertendo os espaços do Centro de Atividades de Tempos Livres, no primeiro andar, em Creche e Berçário. Depois teremos que pintar um bom número de divisões», declarou António Batista, gestor de projeto da «Just a Change», explicando que, neste caso, os voluntários são provenientes de «uma grande empresa parceira», que é quem também está a garantir o financiamento do projeto, obra acompanhada pelos profissionais de vários setores da associação e por um arquiteto contratado pelo JISA.

Atualmente com 150 crianças, dos zero aos dez anos, em Creche, Jardim de Infância e ATL, o JISA irá, depois da obra terminada, aumentar o número de inscrições, em Creche de 40 para 77 crianças, referente às salas de um e dois anos, e no Berçário de oito para 16 bebés. «Muito dificilmente fazíamos esta intervenção sem esta ajuda tão importante para a sustentabilidade financeira da instituição, mas também de extrema importância para a comunidade, que precisa destas respostas», adianta Graça Henriques, recordando que «a medida de creches gratuitas trouxe um aumento de procura», em contraponto com o ATL – que passará a funcionar no rés-do-chão -, «onde a rede pública também já dá resposta».

Numa das salas encontramos Cátia Pereira, residente na Mealhada, e Andreia Ramos, residente em Cantanhede, de 33 e 34 anos, respetivamente, ambas voluntárias no programa da empresa que está a dar apoio à «Just a Change». «Estamos a dar uma nova cara a esta sala, que vai ser pintada de cor-de-rosa. Não temos experiência, mas estamos a desenrascar-nos bem e a tentar rentabilizar ao máximo o tempo para fazer o maior número de coisas», explicam, entusiasmadas, recordando que esta é a primeira ação que fazem em 2023, tendo no ano transato, participado «na limpeza em praias, bem como na plantação de árvores».

Com atividade desde 2010, a «Just a Change» começou por recolher fundos e dar apoio a pessoas sem abrigo, mas com «o crescimento da associação, sentimos que podíamos fazer mais». «Nos primeiros dois anos, reabilitamos duas casas, atualmente estamos numa média de 70, sendo que, em 2022, foram 75. Este ano, queremos aumentar esse número em 11%», explica o gestor de projeto da associação.

 

Mónica Sofia Lopes